Vigilância Sanitária aperta vistorias em restaurantes

A Vigilância Sanitária registrou 960 irregularidades e interditou onze restaurantes da capital no ano de 2003. Esse números fizeram com que a Vigilância intensificasse o trabalho de orientação nos estabelecimentos. O intuito é reduzir o número de problemas nos locais de alimentação da cidade. Os dados deste ano, porém, ainda não foram concluídos.

Do total de problemas constatados, na liderança, com 375 infrações, está a estrutura física. Logo em seguida vêm os procedimentos (manipulação, temperatura dos alimentos), com 195, e equipamentos (fornos e geladeiras quebrados), com 189. Em quarto aparecem irregularidades dos manipuladores (sem proteções para cabelos, unhas e mãos sujas), com 117, e em quinto estabelecimentos sem a licença da vigilância, com 84 casos.

Ana Valéria de Almeida, coordenadora do setor de Inspeção de Alimentos da Vigilância Sanitária, destaca que na maior parte dos casos foram encontradas mais de uma irregularidade em um único local. Os restaurantes vistoriados têm um prazo, que varia entre vinte e trinta dias, para se readequarem às normas. O limite máximo prorrogado é de 180 dias. Caso as determinações não sejam cumpridas, o estabelecimento pode ser interditado. “Os estabelecimentos estão se readequando e esperamos que o número de interdições neste ano possa ser menor. Enquanto isso, mantemos as vistorias e inspecionamos qualquer denúncia”, disse.

Em Curitiba, funcionam oito distritos da Vigilância Sanitária, que catalogam todas as reclamações que chegam até a instituição. “A população sabe que deve denunciar qualquer problema que tenha verificado. É um serviço que está sendo oferecido pelos estabelecimentos que deve apresentar qualidade e segurança”, afirmou.

A qualidade do alimento é um dos pontos que mais preocupa os consumidores em relação aos estabelecimentos. E não é por menos. A coordenadora do Centro de Pesquisa e Processamento de Alimentos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e professora doutora de microbiologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Márcia Beux, informa que a constatação da contaminação da comida muitas vezes é dificultada, principalmente porque a aparência do alimento não muda. “Mesmo no momento de realizar uma triagem (processo de seleção de amostras) no laboratório, às vezes não se identifica os microorganismos apenas observando somente uma vez”, explicou. As possibilidades de contaminação são grandes, daí a necessidade de segurança dos serviços que estão sendo prestados por um restaurante.

Segundo os conselhos da professora, os estabelecimentos por quilo, por exemplo, que expõem os alimentos em um balcão devem manter as temperaturas entre 55.ºC e 60.ºC, evitando a proliferação de microorganismos. “Com as temperaturas altas, dificilmente as bactérias conseguem se reproduzir, evitando assim, uma possível contaminação”, destaca.

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