Veranistas fazem a festa nas areias do litoral do Paraná

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Milhares de pessoas não
deixam de aproveitar um só
momento
de sol à beira-mar.

Calor, sol, areia e muita gente. A quantidade de veranistas que chegam no litoral paranaense desde quinta-feira praticamente triplicou em relação ao total que aproveitou o Natal para passear nas praias. Nos últimos três dias de folga, milhares de turistas se espremeram nas areias de Matinhos e Caiobá tentando encontrar um lugar à beira- mar.

Desde as primeiras horas da manhã, o sol forte levou os veranistas a comparecer nas praias munidos de guarda-sol e de toda a parafernália (toalhas, cadeiras, protetores solares, bonés, chinelos) para curtir mais um dia de verão. Com isso, conforme a Polícia Militar (PM) informou, a expectativa inicial de atender aproximadamente 400 mil pessoas no litoral durante o feriado está sendo confirmada. Durante a temporada, esse número deve chegar a dois milhões de visitantes.

Pessoas de todas as idades e de diferentes lugares escolheram o litoral paranaense para passar o primeiro final de semana de 2005. Diversos visitantes do interior do Estado também marcaram presença em Matinhos. Veículos de Maringá, Londrina, Bandeirantes, Cascavel, Guarapuava eram presença freqüente nas ruas dos balneários. Mas, como sempre, a maioria dos veranistas é de Curitiba. Alguns com apartamentos ou casas fixas, outros que preferem alugar um local durante uma semana, e até aqueles que participam de um camping, deixando o conforto um pouco de lado. O que também foi notado pelos veranistas e, principalmente pelos comerciantes, foi a diminuição dos estrangeiros, como paraguaios, argentinos e uruguaios.

Cada um na sua, mas todos aproveitando o mar das praias paranaenses.

O eletricista Jair Rodrigues, de 48 anos, veio com a família de Ivaiporã e aproveitou o pequeno período de descanso para visitar as praias. Eles não perderam tempo e organizaram o próprio lanche durante o horário de almoço. Segundo Jair, mesmo com a demora da viagem, cerca de seis horas, valeu a pena ter se deslocado até o litoral. Eles alugaram uma casa por uma semana e esperam voltar para curtir ainda mais o mar e o clima litorâneo. "É difícil virmos para cá, e quando conseguimos alguns dias de folga, não pensamos duas vezes para definir qual seria o destino", afirmou o eletricista. Ele conta também que está aproveitando ao máximo, pois logo vai voltar ao trabalho.

A estudante Aline Souza Nishioka, de 25 anos, está em Caiobá com a irmã e mais três primas. Ela explica que todas decidiram fazer um programa diferente, escolhendo acampar ao invés de procurar um apartamento ou casa para alugar. "O conforto é menor, mas vale pela diversão. Ano novo, novas experiências, por mais esquisitas que sejam", destacou ela. "Ainda restavam vagas no camping, mas acredito que já nesta semana, o local não vai apresentar mais espaço", completou. Aline também ressaltou que já está mais difícil de conseguir um espaço na areia. "No Natal deu para perceber que o movimento não estava tão grande, mas agora fica difícil até de andar", disse.

Quem conseguiu descer para as praias no Natal e estendeu o descanso até hoje, conta que tomou a decisão certa. As gêmeas Beatriz e Bianca Becker Wiginescki, arquitetas de 26 anos, vieram para o litoral antes do dia 25 e ficaram aguardando o restante da família. Para elas, que moram em Curitiba, e têm um apartamento em Caiobá, a folga termina hoje. Amanhã, as irmãs voltam para a capital a trabalho. "Fizemos a melhor coisa vindo antes da nossa família. Assim pudemos descansar sem se preocupar com a agitação que está agora no litoral", conta Bianca. "Não que seja ruim, mas você não tem tanto espaço para descansar, o movimento fica muito grande", completou Beatriz.

Mais segurança

Depois de sete horas de viagem, o advogado Manoel Luiz Sobrena, de 45 anos, e sua família chegaram ao litoral do Paraná. Com quinze pessoas divididas em quatro carros, eles percorreram o trajeto de Assis, no interior de São Paulo, até Caiobá. Estão aproveitando o mar desde quarta-feira e esperam retornar numa próxima oportunidade. Nem mesmo a demora atrapalhou os planos de divertir todo mundo. Essa é a segunda vez que toda a família participa da viagem e, segundo Manoel, o que tornou imprescindível a vinda para as praias paranaenses foi a segurança.

De acordo com ele, nos últimos anos, no litoral paulista, diversos roubos e brigas tiraram a tranqüilidade do lugar. Em Santos, lugar que a família costumava freqüentar no final de ano, conta Manoel, muitos casos de violência ocorreram. A distância é a mesma, mas a insegurança do local fez a diferença, contou.

"Aqui é muito mais seguro. A praia está movimentada mas nós sentimos que a segurança é maior. Assim aproveitamos melhor a folga", destacou.

Turista movimenta comércio local

A grande presença de veranistas no litoral faz a festa dos comerciantes à beira-mar. Por causa da virada do ano e nos primeiros dias de janeiro, os quiosques de Matinhos e Caiobá ficam abertos durante 24h para atender todos os visitantes. Para conquistar um público variado, além dos tradicionais produtos, os donos de quiosques estão colocando à disposição dos turistas diversos atrativos, como tatuagens de henna e bebidas exóticas.

Valdecir Gerônimo Leite, de 30 anos, comemora as vendas que ocorreram durante a semana e espera faturar ainda mais com o restante da temporada. Um dos destaques de sua barraca é a venda de batidas, como por exemplo, a "famosa" capeta. Essa bebida é um coquetel que leva diversas bebidas e tem alto teor alcoólico. Segundo ele, em uma só noite nesta temporada, vendeu 130 doses da batida. Nessa mesma época no ano passado, Valdecir conta que só conseguia vender 30 doses. "Estamos sentindo que a cada dia o movimento melhora e aumenta. Todo mundo sai ganhando com isso", comemora. "Apesar dessa temporada ser mais curta, acredito que teremos um grande lucro ao final dos trabalhos", afirmou o dono de quiosque.

Se uns tentam agarrar os consumidores pelo sabor outros procuram a criatividade. Com produtos de pequeno preço e material recolhido nas praias e nos matos da região, a artesã Lu Alves, de 25 anos, desenvolve bijuterias que fazem sucesso no litoral. Além dessa iniciativa, outra opção para os turistas é a tatuagem de henna. Segundo ela, esse tipo de tatuagem foi a febre do verão do ano passado, mas ainda é requisitada pelos visitantes. O desenho dura trinta dias e depois desaparece da pele. "Por mais simples que seja, chama a atenção das pessoas", explica Lu. Ela ainda destacou que o movimento em seu quiosque não está na melhor época do ano. A partir da próxima semana, ressaltou, a procura por seus produtos deve aumentar.

No entanto, aos poucos, os fregueses vão chegando. Andréa Costa, estudante de 28 anos, já fez duas tatuagens e gostou do resultado. A possibilidade de retirar o desenho depois de um determinado período foi o principal motivo para ela resolver fazer a tatutagem. "Não dói como a maneira tradicional, fica bonito e sempre que quiser posso mudar o desenho", contou.

Ambulantes

Para os vendedores ambulantes, esta época do ano também rende bons frutos. Com as praias cheias, qualquer produto acaba sendo comprado pelos visitantes. Desde milho verde, churrasquinho, pamonha, doces, sorvetes, refrigerantes, até óculos de sol, pentes, calçados, brinquedos e roupas. Os irmãos Edílson e Admílson Assis, de 23 e 21 anos, respectivamente, viajaram muitos quilômetros para trabalhar no litoral do Paraná.

Eles são da cidade de Teófilo Otoni, Minas Gerais, e vendem roupas, cangas e toalhas. Todos os anos se deslocam por praias variadas do País tentando vender suas peças. Pela primeira vez eles chegaram ao Paraná. No início da semana, eles contam que o movimento estava fraco, mas que aos poucos, com a chegada de novos visitantes, o panorama mudou. "Parecia que não ia dar em nada, mas logo após o ano novo, verificamos que o movimento cresceu e nossas vendas foram pra frente", afirmou Edílson. (RCJ)

Atenção redobrada na BR-277

O fluxo de veículos hoje na BR-277 que liga o litoral a Curitiba deve ser intenso. Desde a tarde de terça-feira, passaram perto de 100 mil automóveis pela praça de pedágio da Concessionária Ecovia Caminhos do Mar, em São José dos Pinhais, em direção ao litoral.

Para amenizar o tráfego na BR-277, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Ecovia, em conjunto com as polícias rodoviárias estadual e federal, dão início hoje à Operação PR-407. O usuário que se encontra nos balneários de Pontal do Paraná e Praia de Leste vai encontrar a PR-407 com mão única – somente sentido Curitiba, entre 15h e 19h, aos domingos e na Quarta-feira de Cinzas.

Essa iniciativa, segundo a assessoria da Ecovia, deve evitar filas e congestionamentos, comuns nesta época do ano. A operação prossegue nos dias 9, 16, 23 e 30 de janeiro e 9 e 13 de fevereiro. O motorista que se deslocar de Curitiba ou Paranaguá pela BR-277, no horário da operação, com destino à Praia de Leste ou Pontal do Paraná, deve utilizar a PR-508 (Alexandra Matinhos), pois a PR-407 vai ficar bloqueada para esses motoristas.

Para evitar maiores transtornos, a concessionária e o DER recomendam que os usuários dos balneários de Caiobá, Matinhos, Flamingo, Riviera I e II, Praia Grande, Flórida, Saint Etiene, Inajá, Marajó, Solimar e Betaras, viagem pela manhã ou somente após às 19h. (RCJ)

Serviço: Mais informações: 0800-410277.

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