Celebrando a vida

Velório inusitado em Cascavel tem homenagem, risadas, viola caipira e chope liberado

Amigos e familiares reunidos para homenagear João Ferrari. Foto: Reprodução

Chope, risadas, lembranças e “Tocando em frente”, do Almir Sater, na caixinha de som. Os ingredientes são comuns a qualquer confraternização de amigos pelo Brasil. No entanto em Cascavel, no Oeste do Paraná, eles compuseram o pedido derradeiro do mecânico João Ferrari, de 70 anos, vítima de uma parada cardíaca, na última quarta-feira (27). A “festa” foi em seu velório, na capela da Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Cascavel (Acesc).

“Os velórios comuns são muito tristes. Não tem sentido ficar chorando e se lamentando, afinal a pessoa que se foi, se estivesse aqui, não gostaria de nos ver nessa situação”, explicou João Vitor Ferrari, neto do “seo” João.

O pedido por um velório festivo foi feito pelo próprio João em um dos inúmeros encontros regados a chope, risadas e Almir Sater. “Meu avô e meu pai eram muito amigos. Eram sogro e genro. Uma vez eles estavam bebendo e o vô perguntou o que fariam se ele morresse. Aí ele pediu para que ninguém ficasse triste, que fosse uma festa com sorrisos e bebida à vontade para todo mundo. E foi assim que aconteceu”, explicou o neto.

Lúcio Geziel da Silva, pai de João Vítor, ficou com a missão de tornar realidade o último pedido do amigo. Em principio a família não gostou muito da ideia, mas todos foram convencidos de que aquele era um pedido com a cara do seo João Ferrari e acabaram cedendo.

“Meu pai cumpriu com a promessa que havia feito. Na mesma hora mandamos buscar um barril de chope depois de falar com a minha avó”, acrescentou. O velório reuniu muitos amigos do mecânico, que havia se recuperado de uma pneumonia recentemente, mas não resistiu ao tempo e a vida puxada de trabalhador. “Erguemos os copos perto do meu avô, fizemos um brinde e uma oração”, concluiu.

O sepultamento de João Ferrari ocorreu na manhã desta quinta-feira no cemitério Cristo Redentor, em Cascavel.

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