Vacinação contra rubéola abaixo da meta no Paraná

Homens e mulheres entre 20 e 39 anos têm até o dia 15 de dezembro para tomar a vacina contra a rubéola. Do início da campanha (em agosto) até agora, três milhões de pessoas já se vacinaram no Paraná, o que resulta em uma cobertura de 87,85% da população desta faixa etária.

Esse cenário preocupa porque o Paraná possui um dos piores porcentuais de cobertura entre os estados. A meta é alcançar pelo menos 95%. Faltam 280 mil pessoas para atingir o objetivo, ou 430 mil para fechar a vacinação em 100%.

“Apesar de todos os nossos esforços, de toda a estrutura montada no Estado, sequer atingimos 90%. Isso causa muita preocupação. Estamos tomando uma série de ações para intensificar ainda mais o chamamento da população desta faixa etária”, comentou o secretário de Estado da Saúde, Gilberto Martin.

Ontem, ele fez um apelo para as pessoas que já tomaram a vacina ajudem a convencer os adultos que ainda não se protegeram. “Esses três milhões que já se vacinaram com certeza têm um nível de compreensão muito maior sobre a importância da vacina”, opinou.

O secretário não sabe os motivos dessa resistência de parte da população entre 20 e 39 anos. De acordo com ele, estima-se que um grande número de pessoas ainda não vacinadas sejam das classes A e B, que têm um acesso maior à informação. “Por algum motivo essas pessoas não se sensibilizaram. Pedimos para que procurem um posto de saúde”, ressaltou Martin.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, que esteve ontem em Curitiba, falou que é necessário mexer com o “brio dos paranaenses” para estimular a procura pela vacina.

“O Brasil precisa agora é de uma imunidade de grupo. Mesmo quem já teve a doença ou tomou a vacina há pouco tempo (antes da campanha) deve se vacinar. Senão, não vamos conseguir interromper a cadeia de transmissão da doença”, assegurou.

Penna ainda afirmou que algumas pessoas dão desculpas para não se vacinarem, especialmente os homens. Existe ainda a alegação de que, como não engravidam, os homens não precisam da dose da vacina, o que é errado.

“Além disso, as mulheres naturalmente procuram mais o serviço de saúde”, contou. Diante disso, durante a campanha, equipes foram mobilizadas em locais de grande concentração de homens, como estádios de futebol e rodeios.

Penna explicou que, em dezembro, o Ministério da Saúde vai encaminhar à Organização Mundial da Saúde (OMS) os dados sobre a campanha nacional de vacinação contra a rubéola.

O órgão também enviou sete observadores internacionais para verificarem de perto o funcionamento da campanha. Depois de um ano de vigilância, o Brasil pode receber o certificado de erradicação da doença no final de 2009.