Garras da tempestade

Utilização correta do para-raio pode evitar tragédias

As tempestades de verão, quase diárias nesta época do ano, reforçam a necessidade de cuidado com manutenção e instalação correta de para-raios. O equipamento é obrigatório e fundamental para todo tipo de construção, mas a maioria das casas e prédios não está preparada para descargas atmosféricas.

Segundo dados da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi), da prefeitura, em metade dos prédios não há para-raios ou o equipamento não funciona.

Isso deixa as construções sob o risco de incêndio, danos nas instalações elétricas e até estruturais. Os proprietários de imóveis irregulares também estão sujeitos a multa e até interdição das edificações.

O para-raios serve para dissipar a energia das descargas atmosféricas para o solo, o que evita grande parte dos estragos. A orientação do Cosedi é realizar a manutenção do equipamento uma vez por ano, ou sempre que ele for atingido.

Perigo

O Brasil é recordista mundial em incidência de raios. Em média, cerca de 100 milhões atingem o país todos os anos, causando cerca de 200 mortes e milhões de reais em prejuízos.

Segundo o meteorologista Paulo Barbieri, do Instituto Simepar, o perigo aumenta no verão. “A incidência de raios é mais alta por causa do tipo de chuva. Quando uma frente fria entra em contato com o ar quente e com muita umidade, a condição propicia essas tempestades”, explica.

Para evitar acidentes, a dica é ficar atento às condições climática. “De longe já é possível ver as nuvens carregadas, as descargas atmosféricas e ouvir o barulho. Se o tempo entre o raio e o trovão vai diminuindo, é sinal de que a tempestade está se aproximando e é hora de se abrigar”.

Vítimas

Na quinta-feira, em Colombo, três crianças que brincavam em um campinho de futebol, cercado por casas, foram atingidas por um raio. Os três meninos estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Trabalhador, dois deles em estado grave.

Um dia antes, um garoto de 13 anos morreu em Curiúva, no Norte Pioneiro do Paraná. Ele foi atingido quando correu para uma plantação de pinus, para se esconder da tempestade. Em Francisco Beltrão, 30 bois morreram devido à descarga elétrica de um raio no pasto, em outubro.