A Vigilância Sanitária interditou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e UCI (Unidade de Cuidados Intermediários) neonatais do Hospital Universitário de Londrina em função das unidades estarem superlotadas e oito recém-nascidos apresentarem quadros de contaminação. As duas unidades oferecem juntas dezessete vagas, mas, na verdade, estão internados vinte recém-nascidos, sete deles colonizados com a bactéria Klebsiella pneumoniae e uma criança com a bactéria Escherichia coli.

No final de setembro, as duas unidades já tinham sido interditadas pelo mesmo problema, e havia quatorze bebês contaminados. Apesar de ter sido feita a desinfecção do local, o trabalho completo só poderia acontecer depois da liberação de todas as crianças. O que não aconteceu.

De 29 de setembro até a última sexta-feira, 91 bebês nasceram no HU e 29 eram prematuros. Na sexta-feira veio a confirmação, oito bebês contaminados, e um em estado grave.

A UTI e a UCI só ficaram sem receber pacientes durante três dias, como a maternidade e o pronto-socorro obstétrico continuaram abertos, foi impossível evitar novas internações.

Na tarde da última sexta-feira, a CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) do HU solicitou a interdição da UTI e da UCI neonatais. A partir de então, o HU só está internando gestantes até o quinto mês de gestação. Todos os dezenove leitos da maternidade do HU estão lotados, mas apenas uma paciente está na fila da Central de Leitos aguardando transferência.

Vanda de Freitas Bueno, de 43 anos, estava grávida de gêmeos. Na última segunda-feira, médicos do AHC, que acompanham seu pré-natal, verificaram que ela apresentava sinais de pré-eclâmpsia. Foi internada no HU ainda no mesmo dia. Porém, na terça-feira, um dos bebês morreu. Para conseguir operar e ter o outro bebê, ela precisa de uma vaga na UTI neonatal, que está interditada. Agora, a família está ingressando com um mandado de segurança contra o Estado para garantir atendimento digno para a mãe e para o bebê.

Os advogados da família acreditam que no máximo em 48 horas o problema será resolvido. O pai das crianças, Roque Cleto Bueno, está preocupado com a esposa e disse que “mesmo que os médicos garantam que não há risco para a mãe e para a criança, porque os bebês estão em placentas separadas, não ficamos sossegados”.

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