Usuários querem baixar pedágios no Paraná em 61%

Redução de 61% nas tarifas do pedágio no Paraná. Esta foi a proposta apresentada ontem pela Associação dos Usuários das Rodovias Brasileiras (Rodolivre) ao secretário estadual dos Transportes, Waldyr Pugliese. A associação ? que será registrada de forma oficial na segunda-feira ? foi criada a partir do Fórum de Defesa dos Usuários das Estradas Pedagiadas do Paraná, que no início de dezembro, comandou uma manifestação na praça de pedágio de São Luís do Purunã. A entidade espera uma resposta do governo em trinta dias, caso contrário, promete uma paralisação geral nas rodovias do Estado.

O valor de 61% na redução das tarifas foi baseada nos últimos reajustes do pedágio. Representantes da Rodolivre afirmam que o ex-governador Jaime Lerner reduziu a tarifa em 50% antes da sua reeleição, em 1999, como forma de manipular a campanha política. Porém, mais tarde concedeu reajuste às concessionários. Já no final do ano passado as próprias empresas majoraram os valores em 11%. O presidente da Rodolivre, Nelson Canan entende que como esses valores foram manipulados no passado, é possível sustentar o sistema com essa redução.

O prazo dado pela entidade para uma resposta do governo não foi firmado durante o encontro com o secretário, que na oportunidade já havia descartado a fixação de prazo. Pugliesi foi questionado pelo presidente da Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Guarapuava, Darci Zanlorenssi sobre uma data. “O Requião deixou claro na campanha que iria baixar o pedágio, e o povo acreditou nisso. Agora não podemos esperar a decisão para maio, junho ou outubro”, indagou. O secretário de Transportes disse que a opinião dele estava registrada, “porém pode ou não ser considerada”.

Ministro

O secretário Waldyr Pugliesi afirmou que o governo está estudando com cautela todas as questões que envolvem o pedágio, e manteve a promessa de baixar os valores, sem adiantar como isso ocorrerá. Ele afirmou que técnicos da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) estiveram ontem em Curitiba discutindo o vale-pedágio e outras questões que poderão contribuir com os levantamentos do governo. Pugliesi confirmou a presença do Ministro dos Transportes, Anderson Adauto na próxima terça-feira em Curitiba. “Vamos finalizar uma pauta de reivindicações para o ministro, mas com certeza o pedágio estará entre os assuntos”, disse o secretário.

Representantes do transporte divergem

Embora afirmem que todas as entidades ligadas ao transporte estão unidas pelo mesmo objetivo, representantes da Associação dos Usuários das Rodovias Brasileiras (Rodolivre) criticaram o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos (Sindicam). Eles afirmam que o sindicato sempre lutou contra a categoria, defendendo interesses do governo Lerner. O vale-pedágio é um dos pontos de divergência.

“O Sindicam sempre defendeu o Jaime Lerner e o vale-pedágio, sendo um grande traidor do Paraná”, disse Acir Mezzadri, um dos representantes da Rodolivre. Segundo ele, a criação da associação visa acabar com a “picaretagem” que existe hoje nos sindicatos. O presidente da Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Guarapuava, Darci Zanlorenssi afirmou que o vale-pedágio representa um aumento de custo de 5% nas despesas com o pedágio, além dos valores de R$ 285,00 que são pagos mensalmente pela manutenção dos equipamentos que processam cupom. O vale-pedágio foi instituído pelo governo federal, e obriga as empresas a repassar o vale para os motoristas que fazem o transporte de cargas.

O presidente do Sindicam, Diumar Bueno, rebateu as acusações, dizendo que “gostaria que provassem tais afirmações sobre a ligação do sindicato com o governo”. O sindicalista adiantou que estaria participando, ontem à noite em Ponta Grossa, de uma reunião com técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para discutir as regras do vale-pedágio. Diumar Bueno garantiu que não sabia da formação da Rodolivre, bem como, duvida da sua real finalidade, “pois a maioria das pessoas que integram essa entidade tem envolvimento político”. (RO)

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