Uso de vale-transporte na RMC foi prorrogado

A Urbs – empresa que gerencia o transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana – prorrogou para o dia 31 de julho o prazo para os usuários dos ônibus metropolitanos utilizarem vale-transporte da Rede Integrada. A partir de 1.º de agosto, os veículos que não fazem parte da Rede Integrada de Transportes aceitarão somente os vales metropolitanos.

A princípio, a decisão da Urbs entraria em vigor já a partir de hoje. O diretor de transportes da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), Jarbas Jobim Filho, temia ?quebra-quebra? nos ônibus, caso o prazo não fosse estendido. “As próprias empresas compram VTs e entregam para os funcionários. Se a Urbs não dilatasse o prazo até o fim do mês, haveria problemas sérios, com ameaça de quebra de ônibus”, acredita o diretor.

Segundo ele, o tumulto seria causado não apenas pelos usuários, mas pela “máfia” que comanda a falsificação de vale-transporte em Curitiba e região. “Pelo menos 30% dos VTs que circulam são falsos”, apontou Jarbas. De acordo com o diretor, a falsificação teria sido o motivo alegado pela Urbs à Comec para impedir o uso do VT nos ônibus não-integrados.

O gerente de operações da Urbs, Luiz Filla, reconheceu a existência de VTs falsos, mas informou que apenas com um levantamento será possível fazer a avaliação da quantidade. Negou, no entanto, que o objetivo principal da decisão teria sido coibir o aumento de vales falso. “Também vamos conseguir evitar mais um caminho de vales falsos, mas nosso objetivo principal não é esse e sim regularizar uma situação irregular”, comentou. “Não há por que usar o vale como moeda e não passagem.”

Os metropolitanos não-integrados transportam quase 145 mil passageiros por dia (útil) e possuem 80 linhas, segundo a Urbs, e 82, segundo a Comec. A assessoria de imprensa da Urbs não soube informar o número de usuários que pagam a tarifa com o vale-transporte. Entre os ônibus não-integrados, a tarifa varia de R$ 1,40 a R$ 2,40. Na rede integrada, o valor é R$ 1,65.

Passageiros

A dona de casa Maristela Ribeiro Jesus, que utiliza a linha Curitiba-Jardim Paraíso (Almirante Tamandaré) quase diariamente, não aprovou a mudança. Ela utiliza o vale-transporte da Rede Integrada para pagar a passagem. “Com a fichinha é bem mais fácil”, diz. A recepcionista Kelly Miranda, 16, também não gostou da mudança. “Eu recebo vale-transporte da empresa para pagar o ônibus. Agora, vou ter que vender por um preço menor para pagar a mesma passagem”, conta. A linha que Kelly utiliza também é a Curitiba-Jardim Metropolitano. A tarifa custa R$ 1,55

O cobrador Artur de Faria, da linha Curitiba-Tanguá (Almirante Tamandaré), sabe que vai ter de enfrentar problemas no início. “A gente não vai mais poder receber o vale-transporte, mas se o passageiro só tiver a fichinha a gente vai ter que aceitar para não perder a passagem”, diz. Desde a semana passada, existem cartazes afixados nos ônibus avisando a mudança.

Serviço: Os vales metropolitanos são vendidos no posto da Urbs na Rua Francisco Torres, 253, centro de Curitiba. Fone: (41) 262-6651.

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