O governo deve anunciar nos próximos dias a realização de concurso público para professores das universidades federais. O déficit na Universidade Federal do Paraná (UFPR) é de 352 docentes. Essas vagas têm sido preenchidas por professores substitutos com contrato de dois anos, o que inviabiliza a dedicação à pesquisa e projetos de extensão. Os docentes devem entrar em sala de aula no início do próximo ano.
O último concurso realizado foi no início deste ano. O governo abriu duas mil vagas, mas apenas 69 para o Paraná. O reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, não faz idéia de quantos docentes devem entrar para o quadro geral, nem se todas as vagas em aberto na instituição vão ser preenchidas: “O governo começou falando em 8 mil, e depois baixou para 6 mil”, relata.
Ele lembra que as universidades saem perdendo quando contratam substitutos. Devido à relação precária, eles se dedicam exclusivamente às aulas e não participam das atividades de pesquisa e extensão. Além disso, o processo para contratação desses profissionais é mais simples e rápido, podendo influenciar na qualidade do trabalho. Alguns têm apenas pós-graduação. “Os estatutários passam até por uma banca examinadora”, conta.
Os cursos que mais sofrem com a falta de professores são os das Ciências Humanas, entre os quais se destacam Psicologia, Enfermagem, Terapia Ocupacional e Engenharia Ambiental. Esses cursos chegam a ter até 40% de docentes substitutos no quadro.
Em novembro, o número de vagas abertas deve ser anunciado, e também a distribuição pelas federais. Primeiro vão ser abertos cargos para professores adjuntos com doutorado e, se faltar profissionais no mercado, abre-se para professores assistentes com título de mestrado.
