UFPR tenta mudar perfil do carente Vale do Ribeira

Considerada uma das regiões mais pobres do Paraná, o Vale do Ribeira ? que abrange dezesseis municípios no Paraná e 23 no Estado de São Paulo ? está recebendo projetos de extensão da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além de alfabetização, a iniciativa engloba atividades nas áreas da saúde, agricultura e cidadania.

“Era inconcebível que a UFPR, inserida em um dos estados mais desenvolvidos do País, não fosse sensível a essa realidade, que fica a alguns quilômetros da capital”, disse o reitor Carlos Moreira Júnior. A UFPR vai utilizar as instalações de uma antiga fábrica, em Cerro Azul, para instalar um campus-base, de onde serão coordenadas as atividades.

Uma das grandes metas do projeto é acabar com o analfabetismo, pois a região possui 25% da população adulta analfabeta. Para isso, está sendo investido na qualificação dos professores. Moreira adiantou que o Mistério da Educação (MEC) vai liberar bolsas para auxiliar nesse setor, que podem variar de R$ 200,00 a R$ 300,00, dependendo do número de alunos atendidos.

Outra iniciativa é qualificar filhos de pequenos agricultores em agroecologia. “Queremos oferecer cursos técnicos para que esses jovens se especializem e possam aplicar o que aprenderam para melhorar as condições das propriedades rurais”, disse Moreira.

A área da saúde também vai receber uma atenção especial, destaca o reitor, pois a região possui um alto índice de mortalidade infantil e prevalência de doenças infecciosas que estão controladas na maior parte do País, como tuberculose e hanseníase. Um grupo de médicos e estudantes já está fazendo atendimento no local para tentar reverter esses índices.

A UFPR deve assinar nos próximos dias um convênio com o governo do Estado que possibilitará melhor infra-estrutura para o projeto. Além disso, vai convocar voluntários para colaborar no projeto. O grande objetivo da iniciativa, comenta o reitor, é tornar a região auto-sustentável. “Queremos inserir programas que possam mudar a realidade das comunidades, mas também, que elas possam continuar se desenvolvendo a partir dos conhecimentos adquiridos”, finalizou.

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