UFPR faz reprodução assistida de pinheiros

Trabalhos de polinização artificial da Araucaria angustifolia, o pinheiro-do-paraná, foram feitos, ontem de manhã, no setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.

As polinizações foram efetuadas pelo pesquisador Flávio Zanette. Utilizando-se de um caminhão dotado de uma grua cedido pela Copel, normalmente usado na poda de árvores e troca de lâmpadas de iluminação pública, Flávio subiu ao topo dos pinheiros. De uma única araucária macho, retirou o pólen para fecundar uma série de árvores fêmeas, responsáveis pela produção dos pinhões.

“Recolho o pólen do pinheiro macho e o jogo sobre os brotos do pinheiro fêmea, fecundando os óvulos. Então, protejo o broto com um saco plástico, evitando que ele seja novamente fecundado pelo pólen de outros pinheiros machos”, explica o pesquisador.

Naturalmente, a polinização ocorre pelo vento, que transporta o pólen de um pinheiro a outro. “Com a polinização controlada, conseguimos aumentar a população de pinheiros de boa qualidade”, afirma. “Dos pinheiros que estão sendo polinizados hoje (ontem), vão surgir os pinhões que poderão ser colhidos em 2005. Depois de polinizado o pinheiro leva cerca de dois anos para produzir pinhões.”

Em todo mundo, a araucária é uma espécie considerada em extinção e, por isso, protegida por leis ambientais. Muitos dos pinheiros polinizados ontem são clonados, técnica criada pelo Setor de Ciências Agrárias da UFPR em 1986. Atualmente, a UFPR é a única do mundo a fazer a clonagem da Araucaria angustifolia, pois a técnica ainda é considerada muito cara.

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