Trauma acidental atinge mais crianças

O trauma é a principal causa de mortes em crianças e adultos no Brasil. Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de óbitos dobrou nas últimas décadas, saltado de 60 mil em 1977 para 120 mil em 1999. As crianças de zero a 14 anos são as maiores vítimas de lesões não intencionais ? como atropelamento, traumas por acidentes de automóveis ou bicicleta, queimaduras, quedas e afogamentos. Cerca de 140 mil crianças são atendidas pela rede pública de saúde, sendo que o governo brasileiro gasta mais de US$ 4 bilhões por ano para tratar vítimas de trauma. Mudar esse panorama é o principal objetivo da Criança Segura Safe Kids Worldwide, uma organização não-governamental criada há quinze anos nos EUA e que hoje está presente em dezesseis países. No Brasil, a Criança Segura Safe Kids Brasil desenvolve atividades em Curitiba, São Paulo e Recife. O presidente internacional da ONG, Martin Eichelberger, esteve ontem e anteontem no Paraná para conhecer os resultados do programa e ampliar parcerias.

Segundo Martin, em quinze anos de atividades nos EUA já foi possível reduzir em 40% a mortalidade provocada pelo trauma. Para ele, esses resultados podem ser melhorados, já que em 90% dos casos as lesões podem ser prevenidas. “Isso depende de alguns fatores como educação, modificações ambientais, desenvolvimento de produtos mais seguros e maior rigor das leis, mas principalmente, mudança de postura”, disse. O presidente da ONG salienta que medidas simples podem reduzir esses números trágicos envolvendo crianças. Uma dessas medidas é o uso correto de cinto de segurança ou cadeirinha nos automóveis para transportar crianças, o uso de capacete por ciclistas, ou atenção no trânsito ao travessar a rua.

Em Curitiba, desde que foi implantado há dois anos, o Safe Kids desenvolve projetos como o Criança Segura Pedestre, Criança Segura no Carro e Criança Segura nas Creches. Segundo Martin esses projetos já atingiram milhares de crianças e suas famílias mostrando que a prevenção ainda é a melhor forma de evitar acidentes. Ele adiantou que nos próximos meses a ong vai instalar unidades em Londrina e nos países do Chile e Argentina.

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