A aglomeração em frente à sede da Associação Brasileira de Odontologia no Paraná (ABO-PR), na Rua Dias da Rocha Filho, no Alto da Quinze, em Curitiba, foi grande durante todo o dia de ontem. Estava previsto o cadastramento de pacientes que gratuitamente poderiam receber diversos tipos de tratamento dentário. Todavia algumas pessoas saíram revoltadas da associação devido à demora da fila para a entrega das senhas.
O sol castigou as pessoas que aguardavam desde as primeiras horas do dia. As reclamações partiam principalmente daquelas que tinham mais idade ou estavam acompanhadas de crianças, já que não houve tratamento diferenciado. Conceição Konhask, de 67 anos, já estava em frente à ABO-PR às 7h40. Por volta de 12h ela chegou a desmaiar, vítima do escaldante sol. “É um absurdo”, contou, reclamando do atendimento.
Outra reclamação é a demora para entrega das senhas. Segundo algumas pessoas, além disso, houve favorecimento por parte de alguns que levaram mais do que as duas senhas permitidas. “A fila deu a volta na quadra durante a manhã. São crianças, mulheres grávidas, pessoas idosas, que estão neste calor sem poder ir ao banheiro ou sair para comer desde o início do dia”, reclamou o auxiliar de produção Luís César Gaioto. Ele chegou às 7h45 no local , querendo pegar uma senha para implante, mas não conseguiu, já que elas acabaram antes. A grande maioria das pessoas que estavam na fila foi indicada pelos postos de saúde.
Limitadas
A coordenadora de clínicas da ABO-PR, Francini Alpendre, explicou que todos os anos a associação cadastrada pessoas para atendimento gratuito pelo período de um ano. Ontem eram 4.500 vagas nos diversos tipos de especialidade. “Teve gente que até dormiu aqui”, explicou Francini. “Há pessoas que chegam no fim e acabam confundindo o trabalho da ABO-PR com o trabalho de um posto de saúde. Aqui é uma escola de aperfeiçoamento para novos dentistas.” Ela disse que o trabalho de cadastramento iria até às 18h e continuaria hoje, mas apenas para quem estivesse com a senha.