Mulheres em tratamento contra o câncer de mama tiraram a manhã de ontem para tratar da beleza. No Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, foram promovidas diversas iniciativas de valorização da auto-estima das pacientes. De forma gratuita, elas fizeram corte de cabelo, escova e maquiagem.
“O tratamento do câncer de mama, que pode durar até cinco anos, mexe muito com a auto-estima das mulheres. Muitas vezes, elas têm a mama mutilada e perdem os cabelos ao fazerem quimioterapia”, disse a coordenadora-geral do hospital e médica oncologista do serviço de mama e ginecologia, Claudiane Ligia Minari.
Segundo ela, com a imagem valorizada, as mulheres geralmente se tornam mais fortes para enfrentar a doença e superar problemas e dificuldades. A informação é confirmada pela pediatra Aida Maria Gluer, que teve câncer de mama há três anos e ontem esteve no Erasto Gaertner para contar um pouco de suas experiências.
“Faço meditação há vários anos e enxergo a vida de uma maneira bastante espiritualizada. Mesmo assim, chorei bastante quando meus cabelos caíram depois que comecei a fazer quimioterapia. Achei que não ia me importar com isso, mas minha imagem no espelho me afetou bastante durante o tratamento”, comentou.
A cabeleireira Miriam Barra Rosa Pivaro, de 51 anos, também passou pelo problema, há um ano e meio. Por isso, elogiou a iniciativa do hospital de trabalhar a auto-estima das mulheres. “Eu me preocupava mais com o tratamento do que com a queda de cabelos. Entretanto, isso varia de pessoa para pessoa. Acho que iniciativas que valorizam a auto-estima ajudam a paciente a viver”, afirmou.
Mensalmente, o Erasto Gaertner atende entre 30 e 40 novos casos de câncer de mama. Atualmente, a chance média de cura da doença é de 60%. Entretanto, se for descoberta em fase inicial, pode chegar a 90%. Por isso, é importante realizar o auto-exame das mamas com freqüência e, após os 40 anos, fazer mamografia anualmente.