Transporte está à beira do colapso, diz vereador

O sistema de transporte de Curitiba pode entrar em colapso. Nos últimos três anos houve uma redução de 30% no número de passageiros. Esta é a afirmação do vereador André Passos, que esteve ontem, juntamente com outros vereadores do PT, discutindo com o Secretário Estadual de Assuntos da Região Metropolitana, Édson Strapasson, e o diretor presidente da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), Alcidino Bittencourt Pereira, o aumento da passagem de ônibus em Curitiba e Região Metropolitana.

Para o vereador, o sistema de transporte caminha para o caos. Ele diz que se os aumentos continuarem da forma como vem se apresentando, as pessoas vão abandonar o sistema e procurar outros meios. O vereador define a situação como um círculo vicioso, quanto mais se aumenta a passagem para compensar a falta de passageiros, mais gente evita usar o transporte.

André Passos enumerou três motivos que levam os vereadores do PT a se posicionar contra o aumento. Um deles é a lei municipal que obriga a URBS (empresa que gerencia o sistema) a compensar automaticamente às operadoras do sistema o aumento do combustível. Assim, o órgão estaria arcando com os prejuízos. “Mas se o problema é a lei, a Câmara de Vereadores pode mudá-la”, ressalta André.

Outro ponto questionado pelos vereadores são as planilhas apresentadas pelas empresas. “Não há clareza. Precisam ser discutidos os valores de compra de peças de ônibus”, afirma. Além disso, hoje não existem meios de conferir os valores apresentados pelo IPK (Índice de pessoas por quilômetro rodado). Quanto menos gente por quilômetro rodado, mais cara a tarifa fica. Os vereadores querem que o presidente da Urbs, Fric Kerin, vá à Câmara discutir os problemas da tarifa.

Aumento

Segundo Alcidino, a Urbs precisa apresentar os cálculos que justificam os aumentos para a Comec dar um parecer. Isto vale tanto para as passagens municipais como para as da Região Metropolitana que são integradas. Mas até agora a coordenação não tem uma posição sobre o assunto. Eles estão analisando os problemas já mencionados por André. “Estamos ainda trocando informações com a Urbs”, disse Alcidino Pereira.

Enquanto as discussões sobre o aumento da passagem ocorre nos bastidores os usuários criticam a possibilidade. “Quanto mais sobe a passagem, mais diminui o número de ônibus em algumas linhas. Tudo isto para aumentar o lucro”, critica Marli Silva, de 35 anos, auxiliar administrativa. “É um desrespeito. Pela manhã e a tarde os ônibus andam lotados”, argumenta Nilce A. Pereira, 33, auxiliar de Recursos Humanos.

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