Trabalho infantil explicado em cartilhas

As diferenças sobre o que é ou não exploração do trabalho infantil estão em duas cartilhas lançadas ontem, em Curitiba, pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi. As publicações surgiram a partir da iniciativa da Superintendência Regional do Trabalho no Paraná, e contam com as ilustrações do cartunista Ziraldo. As cartilhas têm como objetivo aumentar a conscientização sobre o problema, que atinge um grande número de crianças em todo o País.

Segundo o ministro, não é considerado trabalho infantil aquela ajuda das crianças em casa ou na lavoura, desde que elas não façam atividades pesadas ou por muitas horas seguidas. Caracteriza-se como exploração do trabalho infantil as atividades que sobrecarregam as crianças, que ficam sem escola e sem qualquer tipo de lazer.

Além disso, elas acabam sendo responsabilizadas em sustentar os familiares ou pelo menos contribuir na renda da família. “Ainda temos uma incidência muito grande, principalmente no campo. Não vejo problema, por exemplo, quando uma criança ajuda os pais duas ou três horas por dia na fase de colher a safra na agricultura familiar, desde que não seja pesado e que também esteja na escola”, contou Lupi.

Fábio Alexandre
Carlos Lupi: “Grande incidência”.

Duas cartilhas foram lançadas ontem. A primeira, intitulada de Saiba tudo sobre o trabalho infantil, tira as principais dúvidas. A segunda publicação chama-se Viva o Trabalho! e traz informações mais aprofundadas sobre o assunto.

“Já estava querendo entrar nessa briga fazia tempo. Fui convidado para participar e acho que consegui fazer de uma maneira que o público-alvo entenda. Criança tem que ser criança”, comenta Ziraldo, esclarecendo que não fez histórias em quadrinhos nas cartilhas para uma melhor compreensão do leitor. Os textos estão em discurso direto.

Crise

O ministro Carlos Lupi disse ontem que a instabilidade causada pela crise financeira mundial já começa a afetar a geração de empregos no Brasil. “Como está faltando dinheiro para financiar negócios, as empresas estão mais receosas e seguram as contratações. Já percebemos que as contratações estão diminuindo, mas o Brasil continua gerando um grande volume de empregos”, avaliou.

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