Trabalhadores realizam protestos

Cerca de duas mil pessoas participaram ontem, no Bairro Novo, em Curitiba, de manifestações que marcaram o Dia do Trabalho. Organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pastorais sociais, o ato lembrou a luta histórica dos trabalhadores, mas também incluiu protestos contra a guerra e a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Até uma bandeira dos Estados Unidos foi queimada, para simbolizar o protesto da população contra as ações impostas por aquele País ao resto do mundo.

Com bandeiras brancas e usando roupas pretas, os participantes caminharam pelas ruas do bairro e se concentraram na Praça das Tendas, onde aconteceram vários discursos, apresentações e culto ecumênico. Para a coordenadora da Pastoral Operária, Marli Gonçalves, a mobilização serviu para as pessoas refletirem que a luta dos trabalhadores não pode ser isolada, “pois só com união será possível conquistar um Brasil mais justo e humano para todos.” Ela ressaltou ainda que, além do trabalho, é preciso brigar por paz, pão e esperança.

O representante do Centro de Pesquisa e Apoio dos Trabalhadores (Cepat), André Langer, disse que o Dia do Trabalho serve para uma reflexão sobre a situação atual dos trabalhadores no País, que na década de noventa perdeu muito de seus direitos. “Com a política neoliberal do governo FHC (Fernando Henrique Cardoso), o povo trabalhador perdeu muito dos seus direitos e agora é preciso resgatar isso”, disse. Segundo ele, medidas como a flexibilização das leis trabalhistas, a criação de bancos de horas, a terceirização de mão-de-obra e a abertura do mercado para outros países, trouxeram prejuízos para os trabalhadores, muitos dos quais acabaram perdendo seus postos no mercado.

Para o representante do Cepat, a população continua sentindo os reflexos do governo neoliberal, e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva é refém desse processo. “Há perplexidade, porque o que foi proposto ontem é diferente das ações que estão sento tomadas hoje”, disse.

Para o deputado federal Florisvaldo Fier (PT), o Dr. Rosinha, só vê com perplexidade o atual governo quem não analisa as relações internacionais. “Individualmente não se pode sentir nada, mas o Brasil já mostra uma nova postura em relação à Alca, a obediência aos Estados Unidos e os países da América Latina”, disse o petista. (Rosângela Oliveira)

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