Trabalhadores da Volks/Audi protestam na DRT

Um grupo de trabalhadores da fábrica da Volkswagem/Audi, em São José dos Pinhais, protestou ontem em frente à sede da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), em Curitiba. Eles cobravam uma posição do órgão sobre a ameaça de demissões de funcionários que já tiveram algum histórico de doença ou lesão em virtude da atividade profissional.

De acordo com o presidente da Associação em Defesa dos Lesionados do Trabalho (ADLT), Fábio Antônio da Silva, de janeiro a maio deste ano mais de 300 trabalhadores da fábrica foram afastados das atividades e estão recebendo auxílio da Previdência Social. Outros 535 já tinham sido desligados das funções devido a doenças ou lesões ocupacionais e ainda continuam ?encostados? junto à Previdência. Segundo Silva, mesmo com esses funcionários afastados a produtividade na empresa continua a mesma. ?Não foram feitas novas contratações, o que significa que os funcionários que estão na ativa precisam dobrar a produção?, falou.

Mas o que vem indignando a entidade é que a empresa, dentro do seu plano de reestruturação, que deverá demitir cerca de 1,4 mil trabalhadores até 2008, pretende dispensar funcionários que tenham algum histórico de lesão ou doença ocupacional. Além disso, a ALDT alega que a Volkswagen não estaria emitindo o comunicado de acidente de trabalho (CAT), o que acaba prejudicando os trabalhadores, que acabam sendo afastados na categoria de auxílio-doença e não acidente de trabalho, fazendo com que eles percam a estabilidade do emprego prevista em lei.

O delegado da DRT, Geraldo Seratiuk, afirmou que não tinha conhecimento dessa situação apresentada pela ADLT. Ele se comprometeu a verificar a denúncia na próxima semana. ?Se isso realmente estiver acontecendo, vamos chamar os representantes da empresa para dar explicações?, disse.

Durante o protesto em frente à DRT, os trabalhadores também aproveitaram para denunciar o abuso de autoridade que estaria acontecendo dentro da empresa. Eles aproveitaram para abordar o assunto, já que ontem haveria uma audiência entre um diretor e um funcionário. Em abril, este funcionário teria sido agredido dentro da unidade pelo diretor, na presença de outros trabalhadores. Os dois foram chamados na DRT para assinar um termo de ajuste de conduta.

A reportagem de O Estado entrou em contato com a Volkswagen/Audi, mas a assessoria de imprensa não respondeu aos telefonemas.

Voltar ao topo