Torcedores do Coritiba, Atlético e Paraná foram vistos lado a lado, ontem de manhã, em uma passeata em prol da paz no futebol. A manifestação, que aconteceu da Praça Santos Andrade até a Boca Maldita, foi motivada pela morte do torcedor atleticano João Henrique Viana, atropelado por um carro conduzido por um torcedor do Coritiba, no último dia 25, durante a realização de uma partida entre os dois times, pelo Campeonato Brasileiro.

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“Com a passeata, queremos mostrar que todos, independentemente do time para o qual torcem, podem conviver em paz. O que aconteceu com o João Henrique foi a gota d”água. Há muito tempo, atitudes como depredações de ônibus, bombas em estádios e brigas vêm incomodando pessoas que vão assistir aos jogos para torcer, se divertir e fazer festa. A função da torcida organizada é animar o resto da torcida e não arrumar confusão”, disse uma das organizadoras do movimento, a professora de Educação Física, Camila Lopes Ferreira, que é torcedora do Atlético.

Segundo o comerciante José Carlos Mazza, torcedor do Coritiba, a passeata é apenas o primeiro passo de uma série de ações que começarão a ser realizadas em benefício da paz no futebol. “Não vamos ficar só na caminhada. Vamos promover ações para que o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta nos Estádios, que no ano passado foi assinado por representantes de diversas entidades (entre elas Ministério Público, clubes e Secretaria de Estado da Justiça), seja realmente cumprido. Infelizmente, o documento ainda existe apenas no papel”, declarou.

José Carlos também defendeu o fim da impunidade para torcedores que forem pegos praticando atos de vandalismo. “Nos jogos, os vândalos são minoria. Prova disso é que, no último Atletiba, de 34 mil pessoas presentes no estádio, apenas três foram presas. Porém, essa minoria consegue fazer parecer que jogo de futebol é bagunça. Elas devem ser punida por seus atos. Hoje, os vândalos são presos e, logo em seguida, liberados”.

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No mesmo dia em que João Henrique foi atropelado, 28 ônibus foram danificados por vândalos em Curitiba. O prejuízo, segundo a gerência de Fiscalização e Cadastro do Transporte na Urbs (Urbanização de Curitiba S.A), foi de cerca de R$ 6,3 mil.