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Terreno particular vira lixão a céu aberto no Tatuquara

Um terreno baldio próximo ao conjunto habitacional Boa Esperança I, no Tatuquara, tem tirado o sono dos moradores da região. Nas moradias, que foram entregues há quase um ano pela Cohab e Caixa Econômica Federal, pelo programa Minha Casa, Minha Vida, moram cerca de 200 famílias. Segundo a vizinhança, algumas transformaram o espaço em um lixão a céu aberto.

A área fica no fim da Rua Izabel Aguida de Jesus e se tornou o depósito de dejetos de toda a região. No terreno é possível encontrar todo o tipo de lixo, como fraldas descartáveis usadas, roupas velhas, embalagens de plástico, resto de comida, entulho de obras, pneus velhos, vidro quebrado e garrafas pets. Além disso, o local também virou ponto de encontro de marginais, que fazem fogueiras durante a noite para consumir álcool e drogas.

Segundo a vizinhança, a situação do terreno trouxe uma série de consequências para o conjunto habitacional. Entre elas a infestação de insetos de todos os tipos, que invadem as residências do local. “Tem muito mau cheiro e isso atrai ratos, baratas e outros bichos. Na minha casa tem muita barata, por exemplo, e eu sei que vem desse lixo todo”, lamenta a dona de casa Célia Rodrigues da Silva.

Rosana, que é irmã de Célia, afirma que não são só moradores do Conjunto Boa Esperança I que despejam lixo no terreno. “Pelo o que eu sei, antes mesmo de construírem as casas o pessoal da região já jogava lixo aqui. Desde lixo de casa até restos de caminhão. Ainda hoje tem gente que entra com caminhão e despeja restos de obra”, conta.

Muro promete ser solução

O terreno pertence à Sociedade de Propósito Específico (SPE) João Goulart, que tem entre os investidores a Elio Winter Incorporações. Segundo a direção, a incorporadora já realizou notificações extrajudiciais alertando sobre a situação do terreno. “Notificamos quase 50 moradores e também a Caixa Econômica Federal e a Cohab, que são as responsáveis pela obra”, afirma Elio Winter. Ainda segundo a empresa, nos próximos dias as licenças para a construção de um muro serão liberadas pela prefeitura e o terreno será fechado.

Por meio da assessoria de imprensa, a Caixa Econômica Federal informou que não tem responsabilidade sobre o lixo despejado no terreno, já que a obra e os imóveis já foram entregues aos respectivos moradores. Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente não se manifestou sobre a questão.

Gerson Klaina
Rosana: lixão leva baratas para dentro de casa. Célia: caminhões despejam resíduos de construção.
Gerson Klaina
Terreno particular vira lixão a céu aberto. Moradores de conjunto habitacional reclamam de mau cheiro, bichos e marginalidade.
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