Os grandes geradores de resíduos da capital e Região Metropolitana têm até amanhã para apresentarem seus planos de gerenciamento do lixo para a Prefeitura. A intenção é incentivar os estabelecimentos a implantar programas de separação e coleta seletiva e avaliar a eficiência daqueles que já dispõem desse trabalho. A iniciativa foi desenvolvida pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smma), Ministério Público (MP) e Instituto Ambiental do Paraná (IAP) na tentativa de diminuir o volume de lixo no aterro da Caximba, na zona sul de Curitiba.
De um universo de 200 empresas convocadas, segundo números da Prefeitura, apenas cerca de 5% apresentaram seus planos ao município. A primeira reunião realizada com representantes de indústrias, restaurantes e bares, aeroportos, supermercados e shoppings aconteceu no dia 25 de maio. Foi estipulado um prazo de trinta dias para que os planos fossem apresentados.
Com o pequeno número de empresas que apresentaram as propostas, o prazo da entrega foi estendido até amanhã. Na próxima semana está agendada outra reunião com indústrias instaladas no complexo da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). MP, SMMA e IAP estudam a possibilidade de punir os estabelecimentos que não apresentarem e implementarem os planos para redução de lixo reciclável. “Ainda estamos aguardando o final do prazo para podermos apresentar um levantamento total daqueles geradores que respeitaram o prazo. Até semana que vem vamos apresentar todos os dados, inclusive aqueles que deixaram de cumprir com o acordo. Muitos acabam deixando para a última hora”, explicou Dayse Senna, superintendente de Controle Ambiental da Prefeitura.
Caximba
Desde que começou a operar, em 1989, até maio de 2004, o aterro da Caximba recebeu oito milhões de toneladas de lixo. Em maio, a falta de espaço no aterro impediu caminhões de lixo da capital e da RMC de depositar os resíduos no local. Para suportar o recebimento e tratamento diário das 2,4 mil toneladas de resíduos gerado pela população de Curitiba e de outros 14 municípios, a Prefeitura ampliou de forma emergencial um anexo do aterro com 51 mil metros quadrados. Depois de completada a obra, o aterro terá capacidade para apenas mais quatro anos.
“Mesmo com o anexo pronto, o tempo de vida útil ainda é pequeno se tratando de um assunto tão complexo como lixo. Portanto, cabe a cada um fazer sua parte, começando pela redução do lixo gerado”, disse a superintendente.
Representantes de 20 instituições de ensino médio e superior de Curitiba participaram, na semana passada, de uma reunião com MP e SMMA para que também apresentem seus planos de gerenciamento. As instituições de ensino têm 30 dias para apresentar seus planos à SMMA. “Além de gerenciar seus planos, o ponto mais importante das instituições é inserir a educação ambiental. Eles terão trinta dias para apresentarem os programas, mas em grande parte das instituições os resíduos já são separados e tratados corretamente”, destacou o promotor Saint-Clair Honorato.