Terminou nesta semana o período do vazio sanitário da soja no Paraná, resolução adotada pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) como medida sanitária para o controle da ferrugem asiática.
O programa foi instituído no final de 2007 e aplicado pela primeira vez neste ano no Paraná. De 15 de junho a 15 de setembro, os produtores tiveram que manter suas áreas sem nenhuma planta de soja.
Durante o vazio, foi proibido cultivar, manter ou permitir presença de plantas vivas de soja para evitar a doença, que provoca prejuízos econômicos às lavouras.
“O vazio sanitário foi uma medida adotada para o controle da ferrugem asiática. Ele ajuda a reduzir as perdas nas lavouras durante a safra de verão e também os custos do produtor com aplicação de fungicidas, elevando a qualidade da produção paranaense”, explicou o secretário Valter Bianchini.
Com a eliminação das plantas vivas, elimina-se também o hospedeiro da doença, explicou a engenheira agrônoma da Seab, Maria Celeste Marcondes, responsável pela área de Sanidade de Grandes Culturas.
Nos três meses de vigência do vazio sanitário, o Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) fez 76 notificações e 50 autuações por situação irregular a produtores que ainda tinham plantas remanescentes em suas propriedades.
As áreas autuadas somam 1.942 hectares e localizam-se em municípios das regiões dos Núcleos de Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Irati, Ivaiporã, Londrina, Maringá, Pato Branco, Ponta Grossa, Toledo, Umuarama e União da Vitória.
“Os produtores autuados tiveram 15 dias para apresentação de defesa, mas de um modo geral a medida foi bem aceita pelos produtores rurais. Eles entenderam que a ação foi desencadeada para o próprio bem deles”, ressaltou Maria Celeste.
A engenheira agrônoma avaliou que o número de autuações foi pequeno mas representativo, o que significa que o produtor paranaense atendeu à determinação de respeitar o período do vazio sanitário em benefício dele mesmo.
“Com isso, certamente atingiremos o objetivo que é o de reduzir a incidência de focos da ferrugem asiática para a próxima safra”, afirmou.
Foram também autuados responsáveis pela manutenção da faixa de domínio de ferrovia e rodovias.
As penalidades aos infratores serão aplicadas de acordo com a Lei 11.200/ 95, dependendo das circunstâncias atenuantes e agravantes, gravidade do fato, antecedentes e a conduta do infrator quanto às normas sanitárias, e vão desde advertência até multas.
Cerca de 50 engenheiros agrônomos da Defesa Sanitária Vegetal trabalharam em todo o Paraná, fiscalizando propriedades e orientando os produtores.