Terceirizados cobram último salário da prefeitura

Funcionários da empresa Ambiental, que presta serviços terceirizados de limpeza e higienização a escolas da rede municipal de ensino de Curitiba, fizeram uma manifestação ontem, ao meio-dia, em frente à sede da Prefeitura municipal, no Centro Cívico. Com caminhão de som e faixas, eles se diziam revoltados por não terem recebido o salário do último mês de junho e o pagamento pelas férias coletivas – dadas em função do recesso escolar – pelo período de 15 a 26 de julho. Ontem mesmo o juiz da 8.ª Vara do Trabalho, Archimedes Campos Júnior, ordenou que a Prefeitura depositasse em juízo os próximos pagamentos.

“A Ambiental tem cerca de 1.100 funcionários, sendo que cerca de 980 estão em férias junto com os estudantes da rede municipal”, comenta a diretora do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba, Amélia Rodrigues. “Todos eles estão sem receber os salários de junho, sendo que os que estão em férias também não receberam por elas”.

Segundo Amélia, a empresa apenas alega que não tem dinheiro para pagar os funcionários. “Os trabalhadores estão desesperados. Alguns estão sem dinheiro até para comprar comida. Os salários começaram a ser pagos com atraso há mais ou menos um ano, mas eles nunca deixaram de receber como aconteceu no início deste mês”, afirma.

Ontem mesmo o sindicato entrou na 8.ª Vara do Trabalho, com um pedido de bloqueio de fatura. Segundo o procurador-geral do município, Maurício Sá de Ferrante, a Prefeitura está em dia com os pagamentos, e o problema ocorreu com a própria Ambiental. Geralmente a Prefeitura repassa o montante para salários do mês corrente entre os dias 15 e 20. “A negociação vai ser intermediada pela Justiça”, observa o procurador. A reportagem tentou entrar em contato com a Ambiental, sem sucesso.

Funcionários

A encarregada de limpeza Marciele Cristina Pereira, assim como outros funcionários da Ambiental, está bastante preocupada. Em férias, ela teme não ter dinheiro nem para retornar ao trabalho, no próximo dia 26, caso sua situação salarial não seja regularizada. “Algumas pessoas têm filhos pequenos para sustentar e estão em situação bastante difícil”, diz.

Já Jacinta Alves de Araújo, também encarregada de limpeza, está com medo de ficar com suas contas atrasadas em função do não-pagamento dos salários: “Tenho aluguel e uma série de contas para pagar. Preciso receber urgentemente. É muito injusto o que está acontecendo conosco”.

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