Temporal em Paranaguá deixa marcas de destruição

Ontem foi um dia de muito trabalho em Paranaguá, no litoral do Estado. Depois da forte chuva que caiu por quase três horas ininterruptas na tarde do último domingo, famílias desabrigadas começaram a voltar para suas casas e contabilizar os prejuízos. Segundo a Defesa Civil, 120 pessoas tiveram que procurar abrigo nas casas de parentes, vizinhos e amigos. Sete residências tiveram suas estruturas danificadas. Os bairros mais atingidos foram: centro, São João, Parque Agari, Embaguaçu, Cominez e Divinéia.

Na Avenida Belmiro Sebastião Marques, na Vila dos Comerciários, moradores queimaram pneus com a intenção de chamar a atenção da Prefeitura e exigir a realização de obras que – em casos de chuva forte como a observada no domingo – possam evitar novas tragédias. “A Prefeitura deve realizar obras nos bairros para que sejam evitadas novas inundações. Na Vila dos Comerciários, são necessárias galerias para que a água da chuva possa escoar para o Rio Itiberê”, disse o comerciante Guilherme José Piriovano, que é proprietário de um supermercado que foi invadido pela água logo no início da tarde de domingo. “Todos os produtos, como massas, feijão e arroz, que estavam nas prateleiras mais baixas do supermercado, se perderam. O que estava no estoque também foi atingido pela inundação”, contou. “Estimo que meu prejuízo vá ficar em cerca de R$ 40 mil. Nunca vi chuva tão forte em toda a minha vida”, completou.

Vizinha de Guilherme, a dona de casa Ivone Oliveira Cordeiro perdeu móveis, roupas e colchões. Um automóvel Gol, que ela havia acabado de comprar, foi tomado pela água da chuva. “Nem tive coragem ainda de ligar o carro para ver se ele está funcionando. A água acabou com o estofamento. O pior é que eu ainda não paguei a primeira prestação do carro, que já está acabado”.

No bairro Nilson Neves, parte da Rua Chico Bento afundou levando com ela a residência do jardineiro Maurício Profiro Santana, que perdeu todos os seus pertences. Junto com a esposa e os dois filhos pequenos, Maurício teve que contar com a solidariedade de vizinhos. “Estou completamente perdido. Não sei o que fazer, pois tudo que eu tinha foi levado pela água. Nada se salvou. É desesperador!”, afirmou.

No centro de Paranaguá, muitos estabelecimentos comerciais deixaram de abrir. Os funcionários passaram grande parte do dia retirando lama, água e produtos estragados. “Perdemos dois freezers e um computador. Acho que nem poderemos abrir as portas hoje (ontem)”, queixou-se a funcionária de um restaurante, Claudete Correia Silva.

Prefeito

O prefeito de Paranaguá, Mário Roque, passou a manhã percorrendo os bairros atingidos e conversando com os moradores. “A cidade é plana e a chuva foi muito forte. Há muita coisa destruída”, declarou. “Vamos ter que realizar aterros, consertos e manilhamento em diversas regiões da cidade”, afirmou.

Segundo o Simepar, o litoral do Estado deve ter tempo bom nos próximos dias. Podem ocorrer chuvas em alguns locais, mas não estão previstas grandes tempestades como a de domingo. Ontem de manhã, o sol era forte em Paranaguá, o que contribuiu para que os desabrigados retornassem às residências.

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