A tarifa do transporte coletivo em Curitiba vai baixar de R$ 1,70 para R$ 1,65 a partir de amanhã. A redução ? reflexo de uma queda de 10,65% no preço do óleo diesel ?, foi anunciada ontem pela presidente da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), Yara Eisenbach. A linha circular centro terá tarifa de R$ 0,80. Também ontem foi divulgada a nova forma de gerenciamento do Sistema de Transporte Integrado (SIT) que envolve Curitiba e Região Metropolitana. O que antes era administrado pela Urbs agora será gestão compartilhada entre a empresa e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). Com isso, o transporte em Curitiba será gerido pela Urbs, e nos municípios da região, caberá à Comec.
A presidente da Urbs explicou que não houve consenso entre Urbs e Comec na maneira de calcular o preço da passagem. Desde 23 de fevereiro, quando ficou definido o reajuste de motoristas e cobradores na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), e a tarifa subiu de R$ 1,50 para R$ 1,70, as discussões começaram. A Comec proibiu o aumento nos ônibus metropolitanos, que continuam com a tarifa a R$ 1,50. “A Comec entende que a tarifa deveria continuar em R$ 1,50. Mas no cálculo deles não foram levados em conta as pessoas que são isentas, os salários dos motoristas, já que para eles recebem todos o salário-base, entre outros”, afirmou Yara, salientando que com a administração apenas das linhas de Curitiba há a possibilidade de nova redução da tarifa. “Precisamos avaliar isso num período de tempo que nos dê a confiabilidade para mudar, mas essa hipótese é possível”, disse.
Yara afirmou que a Comec vai ter um déficit de R$ 1,75 milhão relativo apenas aos dias em que a tarifa continuar sendo R$ 1,50.
Superfaturado
A metodologia usada pela Urbs é contestada pelo secretário especial para assuntos da Região Metropolitana, Edson Strapasson, que alegou que a Comec não terá o déficit anunciado por Yara. “O principal motivo para a falta de ajuste entre Estado e município foi o superfaturamento em algumas contas da Urbs”, aponta. Na auditoria feita encontrou-se que a Urbs utilizava o valor para o pagamento das empresas considerando o litro do diesel a R$ 1,38, enquanto o preço de mercado é de R$ 1,30. Isso geraria um custo adicional de R$ 1,2 milhão por ano. Outro problema encontrado é o aumento da taxa para o pagamento de peças e acessórios de 8% para 10%. Um custo adicional de R$ 1,4 milhão. A taxa de administração também passou de 12% para 13%, um custo de R$ 800 mil a mais por ano. “As taxas de comercialização do vale-transporte (2%) e de gerenciamento (4%) pagas à Urbs oneram o sistema em R$ 6 milhões”, disse o presidente da Comec, Alcidino Bittencourt Pereira.
O secretário Strapasson disse esperar que a Urbs reduza mais o preço da tarifa em Curitiba, já que ela colocava a culpa da alta tarifa na integração metropolitana. “Vamos estudar e também pode acontecer uma redução na tarifa metropolitana, devido à queda do diesel”, ressaltou.
Poderia ser ainda melhor
Lawrence Manoel
Surpresa. Essa foi a primeira reação dos usuários ao saberem que a tarifa de ônibus irá baixar em Curitiba. Mesmo com a redução de apenas R$ 0,05, elas ficaram contentes. “Se não tivermos R$ 0,05 para pagar, eles não nos deixam entrar no ônibus, por isso acho boa a redução, mesmo que pequena”, analisou o estudante Robson Schiavo. Para o mecânico João Baggio a redução foi boa. “Mas se fosse mais seria melhor”, disse. Para a dona-de-casa Isabel Anacleto, a passagem tem que baixar mesmo. “É bom, mesmo sendo pouco”, afirmou.