Tarefa difícil no caminho da escola

Ir para a escola em Curitiba pode parecer uma tarefa fácil. Mas para algumas crianças é uma atividade cheia de riscos. Isso porque muitos motoristas não respeitam a sinalização que determina a redução de velocidade próximo a estabelecimentos escolares. Segundo dados do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergências (Siate), em 2003, houve 493 atropelamentos e seis óbitos de crianças com idade entre zero e 14 anos, em Curitiba e Região Metropolitana. Muitos ocorreram quando os pequenos estão indo ou voltando da escola.

Um exemplo é o Colégio Estadual Homero Batista de Barros, no Capão Raso. Em 2001, duas crianças foram atropeladas nas imediações do colégio e, em 2002, mais uma. Para ajudar os alunos a cuidar mais no trânsito, a ONG Criança Segura está fazendo um trabalho de conscientização no local e em outras escolas de Curitiba que ficam próximas a ruas movimentadas. Para os pais, os principais responsáveis pelos atropelamentos são os motoristas que não obedecem a sinalização. “Não há mais o respeito. Os carros passam como se fosse uma via qualquer”, reclama Renate Weiland, que leva os filhos de 8 e 12 anos para a escola.

O motorista escolar Marcelo Ribeiro concorda. Ele transporta alunos para uma escola que fica na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, onde a sinalização também é precária. Para garantir a segurança precisa embicar o microônibus na calçada. “Certo dia, um carro passou e raspou no meu braço”, lembra.

Estabelecida

Segundo a gerente de engenharia de trânsito, Rosângela Battistelli, a redução da velocidade é estabelecida pela Diretran. Em Curitiba, o limite é de 30 quilômetros por hora e, conforme a quantidade de veículos na região, são instalados vários equipamentos de advertência. Na avaliação dela, boa parte dos motoristas respeita a sinalização, mas sempre há as exceções. “Já vimos casos de pais reduzirem a velocidade próximo a escola do filho, mas atropelar um aluno de outra escola”, comenta.

Este ano a Diretran vai sinalizar ou fazer um reforço nos equipamentos de advertência próximos a 200 escolas. Há promessa de a Rua Presidente Carlos Cavalcanti receber melhorias. Segundo dados do Ministério da Saúde, os atropelamentos ocupam o terceiro lugar das mortes causadas por lesões não intencionais. Em 2001, foram 1.201, só perdendo para afogamentos (1.647) e morte por ocupação de veículos (1.161).

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