Sociedade Protetora dos Animais pode ir para Tamandaré

Faltando cerca de vinte dias para o despejo determinado no final do mês passado, a Sociedade Protetora dos Animais (SPA) de Curitiba tem em vista uma chácara em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana, para abrigar a nova sede da entidade. Os voluntários, porém, querem conseguir o alvará de funcionamento na prefeitura da cidade antes de tentar comprar o terreno.

De acordo com Geórgia Sarraff, voluntária da sociedade, a compra da chácara ainda está sendo negociada, mas é importante conseguir o alvará antes desse processo. O primeiro contato com a prefeitura de Almirante Tamandaré aconteceu ontem. “De nada adianta ter o local e não ter o alvará. Devemos ter uma posição nesta semana”, acredita.

O dinheiro necessário para comprar a área está sendo conseguido com muita dificuldade, por meio de doações da comunidade e dos próprios voluntários. A presidente da sociedade, Enide Bernardi, conta que haverá um leilão beneficente em um dos salões do Clube Curitibano, ainda sem data definida: “O leilão será de quadros catalogados, com toda a renda revertida para a sociedade. Estamos rezando para que dê certo”, adianta.

Mesmo com essa mobilização, Enide afirma que será praticamente impossível retirar todos os animais dentro do prazo estipulado. Os advogados da entidade já entraram com pedido de recurso da decisão, para estender a data de saída. “É impossível sair em trinta dias, com tantas criaturas lindas sem uma preparação necessária. Elas não serão sacrificadas. Há coisas mais importantes para a prefeitura fiscalizar”, critica.

Ela diz que a melhor alternativa para os animais é sair de Curitiba: “É pressão de todos os lados. Como vamos fornecer o alvará de funcionamento para a Vigilância Sanitária, se a prefeitura não nos dá esse alvará? Desde 1996 estamos sem o documento, mas nosso trabalho é reconhecido pela comunidade”, ressalta. Ela já enviou uma carta ao Ministério Público, dirigida ao promotor do caso, informando como as atividades estão sendo realizadas no período de possibilidade de despejo.

Apesar dos esforços da SPA, alguns animais com estado mais crítico de saúde já foram sacrificados a mando da Vigilância Sanitária, informa a presidente. Dos 850 bichos que a instituição abrigava antes do despejo, cerca de 600 permanecem nas dependências da sociedade. “Alguns também já foram doados e há muitos outros em condições para adoção. Temos vários filhotes sem raça definida”, revela. Enide orienta a população a adotar os animais para evitar o despejo da entidade: “Mas os donos devem cuidar dos animais. Não adianta pegar e depois jogar na rua”, esclarece.

A Sociedade Protetora dos Animais funciona há mais de 30 anos no bairro Santa Cândida. Ela corre o risco de ser extinta caso não encontre um novo terreno para acomodar as instalações. Se isso acontecer, os animais serão encaminhados para o Canil Municipal, correndo o risco de serem sacrificados. A entidade precisa de ração, produtos de limpeza e medicamentos, além de dinheiro para a compra da chácara. Uma passeata contra a determinação de despejo será promovida pela SPA no próximo dia 10, às 10h, com saída da Praça Santos Andrade e chegada na Boca Maldita. Informações e doações no fone (41) 256-8211.

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