Situação na “Rua do Cincão” continua a mesma

Adolescentes que moram na Vila das Torres, próximo ao centro de Curitiba, são exploradas sexualmente. As menores praticam sexo por valores que variam de R$ 1,99 a R$ 5. O local, na esquina das ruas Pe. Francisco Júlio de Azevedo com Ernesto de Araújo até, ficou conhecido como a “Rua do Cincão”. O problema existe há vários anos, e mesmo com a interferência de programas específicos ao menor, a situação continua inalterada.

Na avaliação da presidente da Associação dos Conselhos Tutelares de Curitiba, Maria Rosa Carvalho de Mello, o problema é que não existem ações continuadas na área da infância e adolescência. Para tentar mudar esse panorama, será lançada hoje em Curitiba a proposta para a formação de uma rede, envolvendo diversas entidades que trabalham com o tema. “O objetivo é mobilizar todas essas entidades para que desenvolvam trabalhos em conjunto e, principalmente, de forma contínua”, comentou. A rede também deverá fortalecer ações que já existem, tanto em Curitiba como em municípios da Região Metropolitana.

A presidente da associação falou que os conselhos tutelares recebem diversas denúncias de exploração infantil, e que o termo prostituição infantil já é crime na sua terminologia. “O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe o sexo com adolescente porque ele é um ser em formação, e não existe a possibilidade de consentimento do ato sexual”, explicou Maria Rosa. Segundo ela, existem algumas ações que são desenvolvidas para combater esse problema. Uma delas é o programa nacional Sentinela, que atende menores vítimas de exploração sexual. A criação da Delegacia dos Direitos da Criança e do Adolescente também foi uma conquista muito importante no setor. “Mas ainda é preciso medidas para tratar esse problema de forma continuada, e acredito que através de uma rede isso será possível”, considera.

O seminário que vai tratar da criação da rede acontece hoje, das 13h30 às 18h, no auditório do Colégio Bom Jesus, na Rua 24 de Maio. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 3022-6682.

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