Situação do Iraí continua gerando crítica à Sanepar

O deputado Neivo Beraldin (PDT), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Paraná, fez novas críticas à postura da Sanepar na administração da Represa do Iraí. O deputado ? que presidiu a Comissão da Assembléia que investigou denúncias de irregularidades da Sanepar ? disse que, durante o governo de Jaime Lerner, a companhia de saneamento passou a direcionar suas ações para o lucro em detrimento à parte social. “Um dos reflexos mais óbvios dessa metodologia é o estado da Represa do Iraí”, explicou.

Beraldin, que participou de várias vistorias no Iraí afirmou que o problema do esgoto industrial, os resíduos do manicômio judicial, do hospital Adauto Botelho e a presença de criações de animais na região explicam a floração das algas no local com a conseqüente morte dos peixes. “Tudo isso cai ali, em um lago de baixa profundidade. O resultado é o aumento dessas algas”, denuncia. Uma breve caminhada próxima a represa mostra bem a gravidade da situação do local. O rio Timbu, desemboca no Iraí trazendo dejetos de Campina Grande do Sul e Quatro Barras.

Anteriormente, a qualidade da água já havia sido objeto de dúvidas levantadas pelo presidente da Câmara Técnica da Bacia do Iraí, Edinei Bueno. “Temos de lembrar que essa água é que abastece a cidade”, ressalta. A Estação de Tratamento do Iraí é responsável por 35% do abastecimento do Sistema Integrado da Região Metropolitana.

O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Rasca Rodrigues, afirmou durante a semana que enviaria um ofício à Sanepar exigindo explicações e solicitando medidas emergenciais para proteger a represa.

Sanepar

No entanto, segundo a assessoria de imprensa da Sanepar, nenhum documento do IAP chegou à direção da empresa. Na quarta-feira, a Sanepar divulgou nota oficial onde afirma que a atual situação é diferente daquela de 2001, quando houve outra floração de algas, e que desde esse período a Sanepar e o IAP tem coletado e feita análises, em conjunto, da água da represa. Na nota, a empresa também assegura a que a água da barragem está dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. “Os níveis de células de algas registrados nas coletas realizadas no lago vem variando de 17 a 52 mil. Porém vale ressaltar que a água do lago não entra direto na estação de tratamento. Antes disso ocorre uma depuração natural pela contribuição da água de outros rios no caminho que percorre até o ponto de captação na estação de tratamento. E os resultados encontrados atendem a Portaria 1469 do Ministério da Saúde.”

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