Mais um round da briga entre dois grupos de Curitiba para representar os taxistas no Estado. O Sindicato dos Taxistas do Estado do Paraná (Sinditáxi) conseguiu, no fim de janeiro, a aprovação de sua carta sindical no Ministério do Trabalho. O documento foi publicado no Diário Oficial em 29 de janeiro. Ou seja, passou a funcionar regularmente como entidade sindical e agora representa oficialmente a categoria. Até então, todo tipo de negociação trabalhista só podia ser feita pelo Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários no Estado do Paraná (Sicavrep).

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Abimael Mardegan, presidente do Sinditáxi, explicou que até a obtenção da carta sindical, os taxistas eram agregados do Sicavrep. A lei 12.468/2011 estabeleceu e regulamentou a profissão de taxista. “Com isto, todos os taxistas passaram a ser ligados ao Sinditáxi. Assim, nenhum deles deve pagar mais a contribuição sindical obrigatória ao Sicavrep”, diz.

Negociações

Além desta cobrança, diz Abimael Mardegan, é pelo Sinditáxi que vão ocorrer, a partir de agora, as convenções trabalhistas e dissídios. Apesar da contribuição sindical ser obrigatória a todo taxista (R$ 88,86 anuais), eles não são obrigados a se filiar ao sindicato que, para isto, cobra mensalidade de R$ 25. Num universo de 20 mil a 25 mil taxistas atuando no Paraná, 1.800 são filiados ao Sinditáxi.

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“Queremos fazer o que puder pela categoria. Além das convenções e dissídios, queremos batalhar para criar a Casa do Taxista, convênio médico, ambulatório, trazer benefícios aos familiares destes profissionais e muito mais coisas que a categoria nunca teve”, promete o sindicalista.

Disputa segue na Justiça

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Pedro Chalus, presidente do Sicavrep, entende que o Sinditáxi é apenas dos empregados, e não dos taxistas autônomos, que corresponderiam à grande maioria destes profissionais. Por isso, ele diz que a cobrança da contribuição sindical feita pelo Sinditáxi no mês passado, e repassada à Urbs, foi ilegal. “Já tinhamos uma decisão favorável, transitada em julgada em 2.ª instância no Tribunal de Justiça do Trabalho, que o Sinditáxi é só dos empregados. Nós (Sicavrep) continuamos representando os autônomos. Então o Sinditáxi não poderia ter recolhido a contribuição sindical dos autônomos. Mas a Urbs exigiu que todos os taxistas, sem exceção, recolhessem a taxa através de boletos emitidos pelo Sinditáxi. Nosso jurídico já entrou com uma denúncia na Justiça, porque isto é crime”, afirma.

Já Mardegan entende por empregado o motorista contratado para dirigir os táxis de uma empresa. “Podemos ter, por exemplo, uma pessoa que é proprietária de cinco táxis e, para administrá-los, precisa criar uma empresa (com CNPJ e demais obrigações jurídicas). Para dirigir seus táxis, ele contrata funcionários. Estes motoristas não são autônomos, e sim, empregados de empresas de táxis. Neste caso, são representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Sitro). Mas a parcela destes empregados é muito pequena. Em nenhuma outra cidade do Paraná existem empresas de táxi. Só há em Curitiba e são muito poucas. Todos os outros taxistas agora são vinculados ao Sinditáxi”, considera.