A unicidade sindical é o principal ponto que a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) não irá abrir mão, entre as propostas da reforma sindical, que deve ser votada este ano pelo Congresso Nacional. O tema – juntamente com a reforma trabalhista e mudanças na política econômica do governo federal – serão cobradas em uma manifestação que deve reunir 20 mil pessoas em Brasília, no dia 25 deste mês. Essa mobilização está sendo articulada nos estados, durante encontros, como o que aconteceu ontem em Curitiba.

De acordo com o presidente nacional da CGTB, Antônio Neto, a mobilização deve reunir trabalhadores e representantes de sindicatos e federações com o firme propósito de lutar contra a proposta do governo da pluralidade sindical. “Esse projeto vem de choque com a nossa visão, onde defendemos as centrais no papel de articulador, fortalecendo os sindicatos para que continuem lutando pelos direitos dos trabalhadores”, comentou Neto.

A mesma posição sobre a unicidade sindical foi confirmada pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), José Calixto Ramos. Para ele, a mudança na estrutura sindical representa uma ameaça para os trabalhadores, “pois mexendo na sua estrutura, facilita a reforma trabalhista, onde os trabalhadores poderiam ter muitas perdas importantes de direitos que foram conquistados ao longo dos anos”.

O presidente da CGTB, Antônio Neto, também defendeu, dentro da reforma trabalhista, a manutenção da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) como uma das legislações mais atuais. “Mesmo ela sendo de 1943, continua nova porque recebeu atualizações do Congresso”, disse. Neto afirma que uma das propostas que a entidade apóia é a transformação da CLT em um código do trabalho, onde, no seu entendimento, traria mais agilidade nas questões trabalhistas.

Econômica

Uma mudança urgente na política econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente com a redução dos juros, é latente nesse momento, diz Antônio Neto. “O País não vai crescer nem criar empregos se não mudar sua posição econômica, porque com uma taxa de juros de 10% a 12% por ano ninguém vai investir no Brasil”, disse.

A CGTB também se coloca contra a Aliança de Livre Comércio das Américas (Alca), defendendo o fortalecimento do Mercosul e do pacto andino, “pois através disso o governo poderia negociar com os países sem precisar da adesão à Alca”, falou Neto.

Paraná

Durante o encontro de ontem, em Curitiba, a nova diretoria da CGTB/Paraná foi eleita, sendo aclamado o nome de Luiz Ary Gin para a presidência da entidade. Entre os desafios da nova diretoria, afirma Gin, está o fortalecimento da CGTB no Estado e discussão da unificação das propostas com a central nacional. Ele também defendeu a ampliação da participação da entidade nas discussões regionais, que envolvem, por exemplo, a liberação dos transgênicos e o pedágio.

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