Sexta, 13, não assusta mais como antigamente

Hoje é a primeira e única sexta-feira, 13, do ano. Enquanto para alguns o fato é motivo de preocupação, outros parecem nem lembrar que a data existe. Segundo a gerente de uma livraria de produtos esotéricos de Curitiba, Maria Ângela de Lara Araújo, hoje em dia as pessoas estão mais preocupadas em adquirir amuletos e talismãs para a proteção diária e não levam em consideração as superstições que envolvem o dia.

A proteção contra roubo é uma das grandes preocupações de quem procura a livraria. As pessoas levam talismãs, amuletos, cristais e símbolos cabalísticos para proteger bens como a casa e o carro. Mas nada que lembre a data.

Enedina Fabri, freqüentadora do local, trabalha com cristais e explica que eles trazem uma energia positiva e até curativa. Para ela, a sexta-feira não traz nenhum temor. “É como qualquer outro dia. Devemos levantar com bastante energia e agradecer a vida. Além disto, 13 não é número de azar”, diz. Carla Greminho têm a mesma opinião. “O ritual que eu costumo fazer em casa é acender incenso para afastar espíritos, independente desta data”, diz. Cristina Bley também não teme a data. “Hoje em dia as pessoas têm muita informação e não acreditam nisso. Antigamente as superstições eram usadas para controlar as pessoas”, afirma.

Apesar de pouca gente se preocupar com rituais, algumas pessoas pelo menos evitam fazer certas coisas nesta data. Cristina Slaviero conta que não passa em baixo de escadas e procura ficar longe de gatos pretos. “Fico mais atenta neste dia”, fala. Mas, a sexta-feira 13 já teve seus tempos de glória. Antigamente, nem os criminosos duvidavam do poder da data. Eles acreditavam que se um assalto fosse cometido neste dia representaria mau agouro. Também era comum o pensamento de que se alguém sonhasse algo neste dia e contasse para alguém o sonho se realizaria. Isso, claro, se fosse sua vontade.

História

Muitas histórias envolvem o surgimento desta data. Duas delas provêm de lendas da mitologia nórdica. A deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a friadagr, “sexta-feira”). Quando as tribos nórdicas se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras onze bruxas e o demônio. Os treze ficavam rogando pragas aos humanos.

A outra lenda explica porque o 13 é relacionado ao azar. Conta-se que houve um banquete e doze deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar treze pessoas para um jantar era desgraça na certa. Um deles iria morrer.

Há também aqueles que acham que tudo começou com o cristianismo. Jesus teria sido crucificado numa sexta-feira e participado da Última Ceia onde havia 13 pessoas. Assim o dia e o número passaram a ser identificados com acontecimentos desagradáveis.

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