Sesp questiona liminar e mantém bingo fechado

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) impediu ontem a abertura do Bingo das Flores, no Centro de Curitiba. Desde as primeiras horas do dia, policiais militares e civis do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) já se concentravam em frente à casa de jogos, impossibilitando a entrada dos funcionários e clientes.

Segundo a Sesp, a liminar em que o bingo estava amparado para funcionar não tem efeito. A secretaria informou que a liminar da Justiça Federal do Mato Grosso do Sul foi dada para a empresa New Hope, de Nova Esperança, que se associou ao sul-matogrossense Real Bingo e arrendou o Kennedy Center Bingo, em Curitiba.

Mesmo tendo sido fechado uma vez pela Sesp, o Kennedy voltou a abrir, já que a Justiça do Mato Grosso do Sul se pronunciou favoravelmente, alegando que a liminar atingia este bingo. Entretanto, conforme a secretaria, o Bingo das Flores foi arrendado depois disso aos detentores da liminar, o que faz com que a liminar não tenha efeito sobre este último.

O presidente do Sindicato das Empresas Administradoras de Bingo do Estado do Paraná (Sindibingo) e proprietário do Bingo das Flores, Luiz Eduardo Dib, explicou que o bingo foi arrendado e que o arrendatário, por ter a liminar, tem direito a abri-lo: “Há uns quatro dias eu arrendei o bingo para Daniel Gregório da Silva. Ontem (quinta-feira) ele abriu a casa, mas hoje (ontem) pela manhã já havia 13 carros de polícia impedindo a abertura”, contou, questionando ação da Sesp. “A Secretaria de Segurança interpreta as coisas do jeito que ela bem entende”.

Críticas

Dib criticou também o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, e o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda: “Eles se acham os donos da lei”. O empresário aproveitou para desafiar Delazari para um debate sobre os bingos e a legalidade das liminares: “O secretário acha que é juiz, desembargador, ministro do STJ. Mas é só aqui no Paraná, tanto que eles tiveram a resposta com o pedágio”, alfinetou, referindo-se à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, contrariando o governo do Estado, decidiu liberar as concessionárias para aumentarem em média 15,34 % as tarifas a partir de hoje.

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