Sesp garante desocupar área da Araupel pacificamente

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou ontem que as 150 famílias que ocupam há dez dias a área conhecida como Projeto 13 A, de uma das fazendas da empresa Araupel, no município de Rio Bonito do Iguaçu, vão se retirar pacificamente do local hoje. Desde a última semana, a empresa já havia conseguido junto à Justiça o mandado de reintegração de posse. A Sesp aguardava apenas um estudo da situação para realizar a reintegração. Os sem-terra e a Sesp chegaram a um acordo no meio da tarde de ontem. A Polícia Militar fará o acompanhamento da saída das famílias.

A Araupel é proprietária de 53 mil hectares de terras em duas fazendas que ficam nos municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu. No final do ano passado, a empresa se comprometeu junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a vender 25 mil hectares de terra que seriam utilizados para reforma agrária. O Incra promete criar um assentamento modelo no Brasil. Todavia, o preço da compra, cerca de R$ 132 milhões, foi muito questionado e o negócio ainda não foi fechado. Agora, o Incra e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão realizando um inventário florestal na fazenda para definir o valor da área. Os integrantes do MST, que prometeram sair hoje da fazenda da Araupel, ocupavam uma área de reflorestamento que não faz parte do acordo de venda ao Incra.

Antonina

Mesmo com o mandado de reintegração de posse já ganho, os proprietários da Fazenda São Rafael, em Antonina, não conseguiram retirar os sem-terra do local. Segundo a Sesp, para que o mandado seja cumprido, a secretaria espera um parecer do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que irá até o final da semana se pronunciar sobre algumas acusações feitas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O MST acusou o proprietário da fazenda de desviar o curso de dois rios da região, além de desmatar a propriedade de maneira irregular.

A Sesp informou que em consulta feita ao Incra, o órgão avaliou como inviável uma desapropriação da fazenda para reforma agrária. A Fazenda São Rafael é uma Área de Preservação Ambiental (APA).

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