Servidores federais da educação pressionam União

A greve nas universidades federais do Paraná completou ontem dois meses, sem perspectiva de término, já que o Comando Nacional de Greve orientou as entidades sindicais dos professores a rejeitarem a proposta do governo. A assembleia da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) será amanhã, às 14h, e a da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Sindutf-PR) na sexta, às 14h30. Mesmo assim, as duas instituições de ensino descartam cancelar o primeiro semestre letivo, que está suspenso.

Cerca de 120 professores, funcionários e estudantes saíram ontem de Curitiba em quatro ônibus, rumo a Brasília, onde participam hoje da Marcha dos Servidores Públicos Federais. “Vamos pressionar o governo para que a negociação não fique restrita aos docentes”, explica o professor da UFPR e tesoureiro da Andes (Sindicato Nacional das Instituições dos Docentes do Ensino Superior), João Negrão. “Nossa proposta não se baseia só na carreira, mas nas condições de trabalho. Até segunda-feira, quando acontece a nova reunião no Ministério do Planejamento, não existe nenhuma perspectiva de saída da greve, o que pode acontecer na outra semana”. Na UFPR, mais de 80% dos professores aderiram ao movimento.

Distorções

“A tendência é não aceitar a proposta porque não atende a solicitação de carreira única, aumenta as distorções e dá reajuste para uma parcela pequena da categoria”, avalia o vice-presidente do Sindiutf-PR, Jazomar Vieira da Rocha. Na UTFPR, 90% das aulas não estão sendo ministradas.

Semestre não será cancelado

A UFPR informou que não discute o cancelamento do primeiro semestre letivo e que o segundo só inicia quando acabar o primeiro. Na UTFPR, o novo calendário da graduação e dos cursos técnicos só será definido após o fim da greve. A instituição descarta cancelar os dois semestres letivos. Contra a recomendação do governo, as duas universidades optaram por não cortar o ponto dos grevistas.

A Comissão de Negociação da Administração Central da UFPR deu prazo até amanhã para um grupo minoritário de alunos e ex-alunos desocupar a Reitoria, invadida há duas semanas. Os manifestantes serão responsabilizados individualmente pelos prejuízos causados pela ocupação. De acordo com a universidade, vários processos estão parados e fornecedores, servidores e bolsistas correm o risco de ficar sem pagamento.

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