Servidores do Judiciário mantêm estado de greve

Servidores do Judiciário que aderiram à paralisação das atividades ontem, em todo o Estado, afirmam que vão continuar em estado de greve. Eles exigem que o Plano de Cargos e Salários (PCS) da categoria seja revisto – o sindicato que representa os servidores, Sinjuspar, alega defasagem de mais de 100% na remuneração dos trabalhadores.

Hoje, o atendimento nas varas da Justiça Federal, do Trabalho e Eleitoral será feito normalmente no Paraná, mas a qualquer momento, dependendo da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de colocar ou não em pauta o PCS na Comissão de Constituição e Justiça, poderá haver paralisação por tempo indeterminado. O prazo para a apreciação do plano é hoje, pois, com a demora dos trâmites, o impedimento para esse tipo de votação por conta do ano eleitoral inviabilizaria uma decisão ainda este ano.

A paralisação de duas horas em Curitiba reuniu pelo menos 70% dos servidores, informou o sindicato. Das 13h às 15h, eles se reuniram em frente à sede da Justiça Federal com direito a carro de som, apitaço e distribuição de adesivos e camisetas pretas, simbolizando luto. Os manifestantes aproveitaram para apresentar suas reivindicações – além da reposição salarial, eles exigem o fim da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 02, que pode ser votada ainda esta semana no Congresso. Se aprovada, a emenda permitiria aos órgãos públicos fazer contratações sem necessidade de concurso público e com possibilidade de efetivação nos cargos. ?Consideramos o movimento um sucesso. Pedimos apoio à população comentando a importância desse plano – o PCS – para servidores, juízes e advogados?, disse o coordenador do Sinjuspar, Jair Nascimento.

Em Londrina, segundo Nascimento, todos os servidores aderiram, mantendo a paralisação durante todo o dia. ?Em Maringá foi parcial, com 40% dos servidores paralisados durante duas horas, mas em diversas varas do interior acreditamos que a paralisação foi total, já que não conseguimos nem mesmo contato telefônico?, afirmou. Segundo o coordenador, eles cessam as atividades a qualquer momento caso o Supremo não decida a favor de suas reivindicações. ?Hoje representantes da Federação dos Servidores do Judiciário (Fenajufe) vão se reunir com a ministra Ellen Gracie (que acaba de assumir a dirigência do STF).

Atendimento

Em nota, a Justiça Federal de Curitiba anunciou que, mesmo com a paralisação, os serviços não foram significativamente prejudicados, tampouco o atendimento ao público nas varas federais. No entanto, não considerou o número de participantes significativo. 

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