Os servidores do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) decidiram voltar a paralisar as atividades no prazo de 72 horas. A decisão foi tomada ontem durante uma assembléia da categoria em Curitiba.
Os trabalhadores do HC, assim como os demais servidores técnico-administrativos da UFPR, entraram em greve há cerca de dois meses. Porém, uma liminar da Justiça exigiu o retorno imediato dos funcionários do hospital. Como a liminar foi derrubada na semana passada, eles resolveram voltar a aderir a mobilização.
A greve dos trabalhadores das universidades federais é pela implantação de um plano de cargos e carreiras, que está em discussão desde o ano passado. Na última sexta-feira, o governo federal apresentou à Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra) uma proposta para tentar pôr fim à greve. A idéia é antecipar de julho para março de 2005 o pagamento do piso salarial de R$ 701 – hoje o piso é de R$ 492 – e criar um degrau de 3% entre os diversos padrões que constituem o plano de carreira. Mas os servidores queriam um piso de R$ 780, e um degrau de 5%.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do 3.º Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Paraná (Sinditest-PR), Antônio Neres, a proposta não atende às expectativas da categoria, e não significa uma garantia de cumprimento: “É só uma proposta, e o governo não assinou nada se comprometendo efetivamente em cumpri-la”, afirmou. Neres disse ainda que os trabalhadores querem uma capacitação funcional para a progressão da carreira, “mas isso será mandado através de uma lei complementar, que não tem data para acontecer”.
Assembléia
Hoje os servidores da UFPR voltam a se reunir em assembléia para discutir os rumos da mobilização. Neres entende que a adesão dos trabalhadores do HC fortalece o movimento, e também servirá para demonstrar as dificuldades internas por que passam o hospital, principalmente de funcionários e equipamentos.