Os servidores da Polícia Federal (PF) iniciaram ontem uma greve por tempo indeterminado. Os trabalhadores, que atuam nas áreas de tramitação de inquéritos, emissão de passaportes, registro de porte de arma, prorrogação de vistos, entre outras, reivindicam a reestruturação da carreira, gratificação de acordo com o nível educacional, aumento salarial e concurso público para contratar pelo menos três mil novos funcionários. Segundo os grevistas, o salário básico da categoria de nível médio é de R$ 2.200, mas eles reivindicam pelo menos R$ 3 mil.
No Paraná há cerca de 80 servidores na PF. Em todo o país são pelo menos três mil. A representante do Sindicato dos Servidores do Plano Nacional de Cargos da Polícia Federal no Paraná (Sinpec-PF), Carmen Kappout, afirmou que em junho do ano passado os ministérios da Justiça e do Planejamento criaram, juntamente com o sindicato nacional, um grupo para estudar a reestruturação da carreira, mas, segundo ela, até agora nada mudou.
Carmen explicou ainda que com a mudança os agentes administrativos de nível médio seriam chamados de técnicos da PF e os de nível superior, analistas da PF. E isso, segundo a dirigente sindical, seria positivo para a classe. ?Nós não temos nem plano de carreira. Com a reestruturação teríamos o aumento no salário base e melhorias no setor?, reclamou.
Carmen relatou que a falta de gratificação faz com que muitos servidores desanimem e abandonem a carreira. ?O governo não nos valoriza e perde funcionários qualificados, que acabam indo para outros setores?, disse.