Sem vaga em creche, mãe leva filhos para o trabalho

A falta de vagas nas creches de Curitiba causa situações inusitadas para mães que precisam trabalhar e não têm com quem deixar seus filhos. É o caso da carrinheira Cristina Lima Rodrigues, de 19 anos, que mora na Vila das Torres e sai todo dia para o trabalho levando seus dois filhos, um garoto de dois anos e uma menina de oito meses. “Eu sei que é ruim, mas tenho que trabalhar para sustentar meus filhos”, lamenta. Segundo ela, não há vaga na creche para as crianças. “Elas comem, dormem, brincam no carrinho”, diz.

Ontem a secretaria municipal de Educação informou, através da Assessoria de Imprensa, que a creche da Vila das Torres tem vagas, mas apenas para o período noturno. Trinta e sete crianças aguardam na lista de espera. A creche tem capacidade para 200 crianças. Ao todo, Curitiba conta com 135 creches, que atendem 17,8 mil crianças. Segundo a assessoria, todas as vagas estão ocupadas. A lista de espera é administrada pelos pais, e a intenção do secretário municipal de Educação, Paulo Afonso Schmidt, é criar 4 mil vagas para crianças de 4 a 6 anos de idade entre este ano e ano que vem. Com isso, aumentaria também o número de vagas para crianças de zero a três anos. Ainda segundo a assessoria, não consta na creche registro da carrinheira Cristina Rodrigues.

Segundo a carrinheira, ela já tentou vaga junto à creche da Vila das Torres, mas a resposta é sempre a mesma: está lotada. “Uma vez o Resgate Social (FAS) me deu uma carta e disse para eu entregar na creche para conseguir uma vaga, mas não adiantou”, lamenta.

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