Cerca de 270 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam novamente a fazenda Sonda, em Santa Maria do Oeste, no Centro-Oeste do Estado, a 400 km de Curitiba, entre anteontem e hoje. Eles haviam deixado a propriedade no dia 19 de outubro, depois de negociações com a Secretaria da Segurança Pública.
Santa Maria do Oeste (AE) – Assessores disseram que o secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, aguarda apenas a manifestação da Justiça para tomar providências. Representantes do MST na região não quiseram se manifestar sobre a reocupação da área. Disseram apenas que “está na hora de plantar”. A propriedade de 500 hectares é considerada produtiva pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A primeira ocupação ocorreu em 12 de maio. A Secretaria preparou a reintegração de posse, mas manifestações em várias partes do Estado levaram à suspensão. Depois ficou acertado que os sem-terra deixariam a propriedade em 14 de outubro, mas isso acabou acontecendo somente no dia 19.
Araupel
Ontem, cerca de 2 mil famílias de sem-terra da Fazenda Araupel, em Quedas do Iguaçu, fizeram um protesto contra o Poder Judiciário na cidade. Segundo o coordenador do MST na região, Adilson Polezi, a Justiça tem agido politicamente, ordenando a prisão de lideranças do movimento – seis estariam presos e dezesseis com preventiva decretada, e negando a confecção de documentos. A reportagem tentou contato com o juiz da comarca, por volta das 17h30, mas não obteve resposta.