Seios em homens são comuns, diz PhD

O aparecimento de seios em homens é mais comum do que se pensa. A estimativa é que cerca de 10% da população masculina no Brasil, entre 10 e 19 anos, apresenta o problema, que é identificado na medicina como ginecomastia. Um procedimento cirúrgico é a única indicação para resolver a disfunção.

A ginecomastia é uma patologia mais comum na puberdade, e se caracteriza por um excesso de volume na região do peito. Pela questão estética, o problema muitas vezes acarreta em desvios de comportamento. Segundo o PhD em cirurgia plástica, Marcos Artiga Grillo, os adolescentes ficam constrangidos de tirar a roupa na praia ou diante de amigos. “Esse comportamento é para evitar as brincadeiras de mau gosto”, comenta.

Em alguns casos, o problema acaba influenciando na postura, pois para tentar esconder o peito, o adolescente acaba projetando os ombros para frente, afetando a coluna. Essa retração de comportamento também é identificada quando ele procura atendimento médico. “O adolescente nunca vem sozinho ao consultório. Ele sempre vem acompanhado pela mãe ou pai, e são eles que expõem o problema”, acrescenta Grillo.

De acordo com o cirurgião, existem três causas da ginecomastia. Uma delas é glandular, que é caracterizada pelo crescimento da glândula mamária – que no homem é atrofiada. O problema está relacionado com um distúrbio hormonal. A outra causa pode ser gordurosa, muito comum em adolescentes que estão acima do peso. A terceira causa é mista, que reúne características tanto da glandular como da gordurosa.

Anabolizantes

A ginecomastia também pode aparecer em pessoas com mais de 18 anos. Isso é comum, segundo Marcos Artiga Grillo, em homens que fazem uso de anabolizantes, já que esses produtos contêm substâncias derivadas de hormônio masculino sintético. Alguns medicamentos como antidepressivos ou para o tratamento de problemas cardíacos também podem estimular o aparecimento de seios, porém, destaca o cirurgião, são casos mais difíceis de acontecer.

Para eliminar a ginecomastia, não existe um tratamento medicamentoso. A única indicação é cirurgia plástica. Grillo ressalta que o procedimento é simples, com anestesia local e sem a necessidade de internamento. Nos casos de ginecomastia glandular, explica o médico, é feita uma incisão na região do peito para retirar o excesso da glândula. Já na gordurosa é feita uma lipoaspiração na região peitoral. Nos casos de ginecomastia mista, o procedimento envolve as duas técnicas utilizadas na glandular e na gordurosa.

O pós-operatório exige o uso de uma malha elástica e o paciente está recuperado após 20 dias. A incidência da doença é rara e a indicação do procedimento cirúrgico é indicado por um pediatra ou endocrinologista. A cirurgia de ginecomastia feita em consultório particular custa entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil. O procedimento também é coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em Curitiba, a cirurgia é feita nos hospitais, de Clínicas, Cajuru e Evangélico.

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