Disparidade

Seguro em Curitiba chega a ser o dobro de outras cidades

Se o designer gráfico Edgar Larsen circulasse em Joinville (SC) com sua moto de 650 cilindradas, teria que dispor de R$ 2.200 para fazer o seguro do veículo. Já em Curitiba, o menor valor cotado por ele foi de R$ 3.970, o que mostra que na capital do Paraná os preços dos seguros são mais “salgados”, principalmente para os motociclistas.

De acordo com o diretor executivo do Sindicato das Seguradoras do Paraná e Mato Grosso do Sul (Sindseg-PR/MS), Ramiro Fernandes Dias, são poucas as seguradoras que cobrem esses veículos, e as que o fazem, só aceitam aquelas com mais de 250 cilindradas. “A moto é mais fácil de ser roubada. O seguro de uma moto é bem mais caro do que o seguro de um carro de mesmo valor”, comenta.

O delegado adjunto da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba, Anderson Cássio Ormeni Franco, explica que, além das motos, os carros populares Gol, Palio, Uno e Celta são os mais visados pelos assaltantes. “São aqueles que possuem maior frota em circulação e, por sofrerem mais acidentes, necessitam de reposição de peças com mais frequência. No caso das motos, é a mesma situação: muitos dos roubos são para adulteração de placa”, relata.

Na avaliação do Sindseg, o elevado número de furtos e roubos, somado ao também elevado número de acidentes, acaba encarecendo o valor aplicado pelas seguradoras em Curitiba, que possui a maior frota do Paraná. Segundo relatório divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR), nos três primeiros meses de 2012, só em Curitiba foram 2.374 furtos e roubos de veículos, quase metade do total do Estado inteiro, que fechou o trimestre com 4.946 ocorrências.

Dias revela que, só nos quatro primeiros meses de 2012, 76% do que as seguradoras receberam foram pagos em indenizações. “Apenas 23% da frota circulante é segurada. Mesmo que haja aumento da frota circulante, não necessariamente há o aumento da frota segurada”, comenta. Com relação aos veículos que circulam na região metropolitana, ele explica que o preço é maior nas regiões com maior possibilidade de colisões.

Espertinhos

O diretor do sindicato alerta para que as pessoas não tentem fazer o seguro em outras localidades, que não o referente ao endereço em que o veículo pernoita, por ser mais barato. “Caso seja constatada qualquer irregularidade, a pessoa perde o direito ao seguro”, ressalta.