Secretaria de Saúde não atende pedido de servidores municipais

Após realizar uma manifestação de manhã, que inclusive causou transtornos no trânsito da região central de Curitiba, os servidores da rede municipal de saúde continuaram protestando durante a tarde desta quarta-feira (7). Desta vez, eles se concentraram no estacionamento da Câmara Municipal de Curitiba, onde a secretária municipal de Saúde, Eliane Chomatas, participava de uma audiência pública.

Em greve desde a última segunda-feira (5), 1,2 mil servidores reivindicam que sejam incluídos em um projeto de lei, que prevê a redução da carga horária de outras categorias da rede municipal de saúde para 30 horas semanais – no total são sete mil funcionários trabalhando nesta área. “Enquanto não formos atendidos, vamos continuar na rua, protestando. Já temos profissionais de todas as regionais de saúde participando da paralisação”, afirma a diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), Alessandra Claudia de Oliveira.

Por outro lado, a secretária afirma que a Prefeitura não tem condições de atender a reivindicação desses servidores devido às dificuldades orçamentárias. “Já tivemos um grande avanço, que foi a implantação das 30 horas para os profissionais da enfermagem, que sofrem maior pressão porque estão na linha de frente, mas não temos condições de incluir todos porque muitas categorias não são exclusivas da área da saúde”, explica.

Ela cita o exemplo dos nutricionistas. “Alguns deles estão na Saúde, mas outros estão em outras secretarias, como no Abastecimento. Como o concurso é o mesmo, não temos condições de reduzir a carga horária somente de uns. Imagine como ficariam os profissionais que estão lotados em outros órgãos se tivessem que trabalhar 40 horas, recebendo o mesmo salário dos que trabalham 30 horas. É uma questão de isonomia”, alega. Apesar da dificuldade em chegar a um acordo, segundo ela, a Prefeitura propôs iniciar uma negociação sobre o assunto em fevereiro, mas o Sismuc não teria aceitado a proposta.

Enquanto isso, com a paralisação dos servidores, alguns dos serviços de saúde do município estão sendo prejudicados. De acordo com Eliane, os atendimentos de urgência e emergência não foram afetados, mas nos laboratórios os trabalhos estão parcialmente comprometidos. Para atender a demanda, estão sendo realizados somente exames urgentes. “Os sete laboratórios credenciados que já realizavam alguns trabalhos para a gente, apesar de terem uma capacidade limitada, estão atendendo essa demanda”, garante.