A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) lançou nesta semana o Dia de Alerta da Mama no Paraná, que tem o objetivo de incentivar as mulheres a realizarem o auto-exame e a mamografia para descobrir possível doença em estágio inicial e aumentar as chances de cura. Profissionais de saúde em todas as regiões serão treinados ainda neste mês para incentivar e orientar as mulheres a realizarem os exames.
A data, que coincide com o Dia Nacional da Mama faz parte das ações do Programa de Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama, e foi lançada em um evento que reuniu no início da noite do dia 1.º cerca de cem participantes de instituições e associações de apoio à saúde da mulher, como as Amigas da Mama. A cada ano, são registrados 1.500 casos novos no Paraná. Em 2002, 587 pessoas morreram em função da doença, a maior causa de morte feminina por neoplasias no Paraná.
O objetivo do evento foi destacar a importância do auto-exame e incentivar as mulheres a procurar as unidades de saúde para conversar sobre o assunto. “Estamos felizes com a maneira como a atual gestão do governo do Estado está tratando a saúde da mulher no Paraná”, comenta a presidente da Associação Amigas da Mama, Tânia Gomes. Ela e várias outras mulheres que tiveram câncer de mama participaram do Dia de Alerta.
A professora Rosângela Brito, de 40 anos, que há um ano venceu a doença, ressalta a importância de divulgar de maneira mais ampla o auto-exame no Estado. “Muitas mulheres ainda têm medo ou preconceito na hora de realizar os exames e as orientações da secretaria são fundamentais para acabar com isso”, diz Rosângela.
O coordenador da área de Câncer de Mama da Sesa, Vinícios Milani Budel, explica que partir dos 21 anos a mulher deve fazer o auto-exame mensalmente, uma semana após o ciclo menstrual. “Caso a mulher perceba um caroço, note alguma alteração no tamanho dos seios ou uma secreção deve procurar imediatamente um médico”, orienta. Na menopausa, a mulher deve escolher um dia do mês para fazer o exame e repeti-lo a cada 30 dias.
Entre os fatores de risco que podem determinar o surgimento do câncer de mama estão o fumo, o álcool e a alimentação inadequada.
Mortalidade
O levantamento de 2001 mostra que a média estadual de óbitos de mulheres em função do câncer de mama é de 7,38 para 100 mil mulheres entre 20 e 49 anos. Acima de 50 anos, o número sobe para 33 para cada 100 mil mulheres. No ano anterior a média do Estado foi de 4,8 óbitos para 100 mil mulheres, menor do que o registrado no Rio Grande do Sul (9) e em Santa Catarina (5) e próximo à média nacional que, em 2000, foi de 5 óbitos para 100 mil mulheres.
Para ajudar as mulheres a ter acesso às informações que mostram o grau de risco de cada uma de desenvolver o câncer de mama, a Sesa tem disponível na internet, no site www.saude.pr.gov.br, o método de Gail, um questionário com cinco itens.
“Essas perguntas que estão na internet são respondidas pelas pacientes também nas unidades de saúde do Paraná, ou seja, o questionário é o início do exame para saber se a mulher está em situação de risco”, explica Budel. Dessa forma, só a paciente que realmente precisa é que passará pelos demais exames.
Quando detectado logo no início, o câncer de mama tem chances de cura superiores a 90%.