Os congestionamentos em horários de pico em algumas ruas de Curitiba são comuns. E, apesar de benéficas, as obras na Avenida Marechal Floriano Peixoto tornaram o trânsito ainda mais complicado e os motoristas mais impacientes não hesitam em buzinar ao primeiro sinal de engarrafamento. Porém, há locais onde é proibido fazer tanto barulho, como nas proximidades de hospitais e escolas. A direção da Santa Casa de Curitiba, por exemplo, está fazendo um apelo para que os condutores respeitem a região e não buzinem, pois o barulho incomoda os pacientes e até prejudica a recuperação daqueles que estão com graves problemas de saúde.
O diretor geral da Santa Casa, Carlos Seara, diz que a situação de desrespeito às leis de trânsito já era comum antes mesmo das obras na Marechal Floriano, mas com elas, afirma o médico, o número de motoristas buzinando aumentou. ?Toda vez que uma rua tem o fluxo diminuído a tendência é as pessoas colocarem a mão na buzina. Principalmente em horário de pico, quando estão com pressa?, reclama Seara. A Lei 10.625, de 2002, estabelece como zona de silêncio um raio de 200 metros de locais que precisam de silêncio excepcional, como hospitais e escolas. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, usar a buzina em locais proibidos, de maneira sucessiva, é infração leve e rende multa.
A Santa Casa se localiza entre ruas movimentadas, como a André de Barros, a Visconde de Guarapuava e a Alferes Polli. Somente uma delas é mais vazia, a Frei Caneca. ?A Alferes Polli já não dava vazão para quem queria entrar na André de Barros. Com as obras, então, a vazão ficou menor ainda. Já cheguei a levar 20 minutos para dar a volta na quadra, em torno do hospital?, afirma Seara. Ele explica que os pacientes que estão internados necessitam de silêncio para se recuperar. A ala que fica na Rua Alferes Polli, por exemplo, é a da emergência do hospital. Ele lembra ainda que algumas doenças podem ser agravadas com o barulho excessivo, como a epilepsia, por exemplo. ?Um paciente epilético que escuta muito barulho pode chegar até a ter uma convulsão?, alerta.
As obras na Marechal iniciaram em dezembro do ano passado. O objetivo da Prefeitura é colocar concreto em toda a via, pois ela servirá de passagem para os ônibus da Linha Verde (na antiga BR-116) e também para o Ligeirão Boqueirão. As obras estão sendo escalonadas e em período de férias escolares para evitar maiores transtornos aos motoristas e pedestres. A primeira etapa das obras (do centro até o viaduto da Marechal) deve ser finalizada em oito meses. A segunda etapa está em fase de licitação, segundo a Prefeitura.