Santa Casa de Curitiba faz cirurgia pioneira no País

A Santa Casa de Misericórdia de Curitiba realizou na última semana o primeiro homoenxerto descelularizado do País. A cirurgia, foi realizada no menino M.O., de 12 anos, que sofria de insuficiência aórtica.

Há pouco mais de um ano a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná vem desenvolvendo, em parceira com a Universidade de Berlim, na Alemanha, estudos para aumentar o tempo de duração de válvulas enxertadas. Normalmente quando a substituição é feita com uma válvula humana o tempo útil é entre 15 e 20 anos. Já quando o material usado é o pericárdio suíno esse prazo cai para 10 anos.

O vice-provedor da Santa Casa e fundador do Serviço de Cirurgia Cardíaca da instituição, Iseu Affonso da Costa, explicou que quando o enxerto é feito com doadores, as próprias células do doador acabam se degenerando em contato com o organismo do receptor. “Essa nova técnica, já usada há quatro anos na Alemanha e nos EUA, coloca apenas as fibras colágenas que formam a estrutura protéica da válvula. As células não são implantadas. Outra opção é colocar a válvula decelularizada e semear células endoteliais de uma veia do próprio receptor”, explicou Iseu.

O cardiologista lembrou que a Santa Casa de Curitiba é a única a possuir um banco de homoenxertos em todo Brasil. “A maioria dos homoenxertos é pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, contou Iseu, destacando que esse tipo de cirurgia é melhor em crianças, pois elas têm teoricamente um prazo maior de vida e quanto maior a validade da válvula, menos readequações precisam ser feitas. “Esse tipo de procedimento é indicado em lesões ou estreitamento aórtico e cardiopatia congênita com problemas na válvula pulmonar”, concluiu o vice-provedor.

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