Sangue doado terá maior controle no País

O controle e qualidade do sangue doado no Brasil deve se tornar mais seguro a partir do ano que vem. Institutos de pesquisa estão trabalhando para desenvolver uma plataforma brasileira para o Teste de Ácido Nucléico (NAT), considerado mais eficiente que o Ensaio de Imunoabsorção Ligado à Enzima (Elisa), que é o teste mais utilizado no País.

Entre as vantagens do NAT estão a redução da chamada janela imunológica – tempo contado desde a infecção em que o vírus não é diagnosticado no exame de sangue.

Para se ter uma idéia, o Elisa detecta o HIV (vírus da aids) em aproximadamente 22 dias após a infecção e o HCV (vírus da hepatite C) em cerca 70 dias. O NAT reduz o tempo de detecção do HIV para cerca de 6 a 10 dias e do HCV para 20 dias.

Além disso, a diferença entre os dois testes é que o NAT investiga o material genético do vírus, enquanto o Elisa verifica a presença de anticorpos contra o vírus no organismo.

O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) é um dos órgãos, que junto com o Fiocruz do Rio de Janeiro, está trabalhando na plataforma do NAT. O gestor tecnológico e de novos negócios do IBMP, Mário Moreira acredita que em até 18 meses o novo produto deve estar disponível do Brasil.

Além de ampliar o controle do sangue doado, terá um custo muito menor para o País. A chefe da divisão de laboratório de Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), Maria Smanhoto Bertol, comentou que com o NAT os testes ficarão mais precisos, mas ainda não se atingirá 100% de aferição. Só na rede pública brasileira são analisados 3,5 milhões de doações por ano, sendo 112 mil no Paraná.