Salto São Francisco vira tríplice fronteira

O impasse que envolvia os municípios de Guarapuava e Prudentópolis quanto à fronteira na altura do Salto São Francisco, um dos mais altos da América Latina, foi resolvido esta semana pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). Desde 2001, quando a secretaria fez um memorial descritivo em diversas regiões do Estado para acertar as divisas, a administração de Guarapuava reivindicava uma correção no levantamento, que não teria levado em conta a lei de 1951, a qual estabelecia a separação entre as duas cidades e colocava o salto sob pertença do município vizinho. Ficou determinado que o local é uma tríplice fronteira e que Guarapuava, juntamente com Turvo – município instituído há 24 anos -, detém a parte de cima da cachoeira. A Prefeitura de Prudentópolis, no entanto, protesta contra a decisão e deve recorrer à Justiça para reaver a área.

O diretor de Meio Ambiente da Prefeitura de Guarapuava, Milton Roseira, afirma que, à época da remarcação, a Sema não levou em conta a linha divisória com Prudentópolis, estabelecida pela divisa entre a Serra da Esperança e o Rio São Francisco, que dá origem ao salto. ?Em 2005 fizemos a solicitação para que o levantamento fosse revisto e que a lei de 1951 – a qual estabelecia que a parte de cima do salto pertencia a Guarapuava – voltasse a valer. A resposta veio nesta segunda-feira, fazendo voltar tudo como era antes?, explica. Ao município de Turvo, área separada de Guarapuava em 1982, ficou delimitada a parte esquerda de cima do salto; a direita (com cerca de mil alqueires) pertence a Guarapuava e, a de baixo, a Prudentópolis. A linha divisória entre os dois municípios é exatamente na queda d?água.

Com os limites regularizados, a Prefeitura de Guarapuava construirá um parque municipal na parte que cabe ao município. Milton Roseira, que coordena o projeto, adianta que o local se chamará Parque de São Francisco da Esperança, representando a união do salto com a serra, e que a primeira audiência pública para discutir o projeto será realizada no domingo. ?Já foram desapropriados 84 hectares para a construção do parque?, diz o diretor. A primeira obra será a construção de uma central de visitantes e estacionamento.

Protesto

A Prefeitura de Prudentópolis, no entanto, protesta contra os planos do município vizinho e afirma que o relatório da Sema, apesar de definitivo, não contou com a participação do secretário de Meio Ambiente da cidade para opinar sobre a decisão de dividir a fronteira entre três municípios. ?A Sema interpretou que não tínhamos interesse, mas o salto sempre foi divulgado por Prudentópolis. Não nos opomos a montar um grupo gestor, de forma que os municípios trabalhem em conjunto, mas o que não se pode aceitar é que outro município comece a fazer obras sem pedir opinião para os proprietários?, afirma a secretária de Turismo da cidade, Carla Andréa Veiga.

Segundo ela, a região de cima do salto é composta por propriedades particulares, todas com registro em Prudentópolis e, por conta disso, os donos estão recorrendo à polícia e alegando invasão de seus terrenos. A secretária de Turismo garante que o município entrará na Justiça para reaver a área e afirma que Prudentópolis também tinha planos para exploração do turismo no local.

O Salto São Francisco possui 192 metros de altura e é visitado principalmente pelas trilhas que e a para prática de esportes de aventura. 

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