Sábado de 25 horas marca o fim do horário de verão

O dia de hoje terá uma hora a mais de duração para a maior parte da população do país. À meia-noite, os relógios deverão ser atrasados em uma hora e voltar a marcar 23h em todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de Bahia (Nordeste) e Tocantins (Norte). O sábado prolongado vai compensar a hora suprimida dos relógios há 104 dias, em 3 de novembro, quando o horário de verão começou.

Será o fim da 29.ª edição do horário de verão brasileiro, medida adotada pela primeira vez em 1931, mas que só virou hábito a partir de 1985, não só por causa da sua efetividade (aumenta a segurança operacional das instalações do sistema elétrico no período de maior demanda) mas, também, pela boa receptividade da população.

Conforme pesquisas de opinião habitualmente realizadas pela Eletrobrás com o intuito de aferir a aceitação da coletividade, dois em cada três brasileiros alcançados pelo horário de verão apreciam e mostram-se favoráveis à medida. Entre as razões apontadas estão a sensação de que a tarde dura mais, incentivando o lazer e o convívio com a família, e a segurança de voltar para casa ao fim do expediente ainda com o dia claro.

Idosos

Mas algumas pessoas sofrem com as mudanças de horário. É o caso dos idosos. “Quanto mais velha a pessoa, mais tempo ela levará para se adaptar aos novos horários”, explica o geriatra Mário Tupiná Machado. “O organismo do idoso tem bem menos reservas de energia armazenadas para serem usadas nos campos emocional, físico, muscular e intelectual, quando necessário.”

Segundo o médico, a troca de horário fará os idosos acordar e querer fazer as refeições mais cedo, o que pode afetar a rotina de toda a família. O transtorno só não é maior porque os aposentados não têm uma agenda repleta de compromissos. “Se eles não tivessem essa maleabilidade no dia-a-dia, com certeza sofreriam muito mais”, garante.

Os usuários de relógios analógicos devem ter um cuidado adicional. Ao invés de atrasar uma hora, eles devem adiantar onze. “Em alguns relógios, atrasar os ponteiros pode provocar um estrago irreversível”, alerta o bacharel em Direito Ariel Schneider. “Diz-se que atrasar um relógio dá azar, mas, mesmo se você não acredita em superstições, ao menos respeite o mecanismo de seu relógio.”

Energia

Para o sistema elétrico, a principal vantagem do horário de verão não é exatamente a economia total de energia. O maior benefício da medida é permitir uma folga às condições de operação de usinas, linhas e subestações no período crítico do dia, entre 18h e 21h. O momento de pico do consumo residencial, por exemplo, deixa de coincidir com o pico do acendimento das lâmpadas da iluminação pública, evitando sobrecargas no sistema. A mesma folga também permite programar paradas em usinas e outras instalações para manutenção sem riscos ao atendimento do mercado. No Sul do País, a redução do consumo nos horários de pico chegou a 5%.

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