Ruas e praias quase vazias nas cidades do litoral

O mau tempo não impediu que muita gente deixasse a cidade no feriado para ir à praia. Mas, mesmo no litoral, ficar em casa parece ter sido a escolha – ou uma das poucas opções – de boa parte dos visitantes. Era o que denunciavam as ruas pouco movimentadas e as praias quase vazias de Matinhos e Caiobá, em pleno 12 de outubro. A chuva fina que caía desde cedo atrapalhava um pouco, mas não o suficiente para desmotivar os turistas: descansar era o principal objetivo de quem curtia o friozinho e inventava atividades para o Dia da Criança.  

O comerciante Dirceu Cândido, de Itaperuçu, cidade próxima a Curitiba, resolveu descer a serra mesmo estando previamente informado sobre a previsão do tempo. ?Já sabíamos que ia chover, mas não contávamos que ia esfriar. Agora, o negócio é dar uma caminhada no calçadão e voltar para casa?, dizia. Acompanhado da esposa e filhos, a família tentava ver o lado bom do mau tempo. ?Não dá para fazer muita coisa com chuva, mas pelo menos a gente descansa?, completava a esposa, Itália Turin.

Wilen Bouwman e os dois filhos:
?A gente se diverte?.

A professora Osmarina de Sá não tinha opção de antecipar a volta, já que participava de uma excursão vinda de Araçatuba, interior de São Paulo, mas também não deixou a chuva matar a curiosidade de conhecer o litoral paranaense. ?Viemos empolgados para conhecer a Ilha do Mel e o mar de Caiobá. É uma pena não ter sol. Mas, nesse caso, a gente acaba optando por uma caminhada ou vai às compras, quando o dinheiro dá?, afirmava a turista. O comerciante Antônio Carlos dos Santos, dono de uma loja de roupas em frente à praia, gostou da opção dos visitantes paulistas, mas fazia ressalvas. ?Movimento bom mesmo é quando o tempo ajuda. Quando chove, sempre piora para o comércio?, afirma. Para ele, a cidade estava cheia sim, mas pouca gente se aventurou a sair de casa. ?Quem sabe se a chuva parar o pessoal se anima??, esperava, ansioso por dias melhores.

Crianças

Mesmo sem a colaboração de São Pedro, pais fizeram o possível para proporcionar às crianças animação digna da data dedicada a elas. O agropecuarista Wilen Bouwman, de Castro, levou os dois filhos para brincar na areia da praia mansa, em Caiobá, sem se preocupar com o mau tempo. ?O importante é descansar um pouquinho, trocar de ares, curtir a família e a praia.? Como moram no interior, as crianças não estão acostumadas a ficar dentro de casa e, segundo o pai, mesmo com o frio querem ver o mar. ?A gente se diverte aqui e depois brincamos em casa, montamos jogos, enfim, tudo a que têm direito.?

Algumas atividades em escolas e clubes também foram providenciadas. Foi o caso do Rotaract, que convidou crianças carentes de uma escola pública para assistir filmes com direito a pipoca e gincana, tudo com material doado pelos comerciantes de Matinhos e Caiobá. ?Íamos fechar a rua para as brincadeiras, mas, com a chuva, tivemos de improvisar em lugar coberto?, contava uma das organizadoras, Evelyn Charlote. O aluno Mateus Mendes dos Santos, de sete anos, aproveitou do mesmo jeito: ?Não tem importância a chuva?, dizia. 

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